Internacional Ministro da Defesa garante lealdade das Forças Armadas a Chávez

Ministro da Defesa garante lealdade das Forças Armadas a Chávez

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O ministro da Defesa da Venezuela confirmou ao vice-presidente, Nicolás Maduro, que o governo conta com a “lealdade inquestionável” das forças armadas, e que estas, comprometidas com o “processo revolucionário”, farão respeitar a Constituição do país.

“Eu queria assegurar-lhe, senhor vice-presidente, que o senhor conta com uma Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) unida, coesa, com uma moral elevada, capacidade de atuação integra e com uma lealdade inquestionável”, disse o ministro da Defesa Diego Molero durante uma vídeo-conferência, noticiou a Efe.

Durante o diálogo, em parte transmitido pela rádio e televisão, o ministro da Defesa sublinhou que a lealdade da FANB para com o Governo venezuelano e a Constituição “vê-se” desde os quadros mais altos até às patentes mais baixas.

“Estamos comprometidos, de alma, mente e coração com este processo revolucionário e conta com uma Força Armada socialista revolucionária, anti-imperialista e clara com esses ideais bolivarianos”, apontou.
Nicolás Maduro, por sua vez, reiterou que o Presidente, Hugo Chávez, está no exercício das suas funções e que não pode qualificar-se de ausência o facto de o mandatário não poder apresentar-se no acto da tomada de posse, agendada para esta quinta-feira.

Tomada de posse seria ontem: quinta-feira

“Em nenhum momento (a Constituição) qualifica a ausência do Presidente no dia 10 de Janeiro como falta temporal ou ausência absoluta. Seria uma loucura porque a vontade popular é a que prevalece”, afirmou o vice-presidente.

A Assembleia Nacional da Venezuela (AN, parlamento) autorizou, na terça-feira, o Presidente, Hugo Chávez, a dispor de “todo o tempo necessário” para se recuperar em Cuba e regressar à Venezuela, e instou as instituições a actuar segundo a Constituição perante a ausência do governante para jurar um novo mandato na quinta-feira.

O acordo foi aprovado pela maioria parlamentar, afecta ao Presidente venezuelano, com a abstenção da oposição, e prevê que Hugo Chávez tome posse posteriormente perante o Supremo Tribunal de Justiça, como determina um dos artigos da Constituição da Venezuela, e não na quinta-feira, como previsto.

Recuperação em Cuba

O debate surgiu depois de lida uma carta em que o vice-Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informava que o Presidente Hugo Chávez estava impossibilitado, por recomendação médica, de participar na cerimónia de posse, que seria ontem, quarta-feira, uma vez que ainda se encontra em Cuba, onde foi operado pela quarta vez a um cancro na zona pélvica.
Vários deputados fiéis ao Presidente argumentaram que, em Dezembro, Hugo Chávez foi autorizado, por unanimidade parlamentar, a viajar para Cuba para tratar da sua saúde, como Presidente reeleito e que essa autorização está vigente.
Também que “tem o direito universal, como ser humano e paciente, de dispor do tempo necessário para a sua recuperação plena”.
Com visões distintas, vários deputados da oposição insistiram que, devido à ausência de Hugo Chávez, o presidente eleito do parlamento, Diosdado Cabello, deveria assumir as funções de Presidente da República interino, durante a “ausência” do chefe de Estado.