Sociedade Saúde Após uma semana de greve: Médicos retomam postos

Após uma semana de greve: Médicos retomam postos

Acordo1613.jpg
Três pontos constituíam o caderno reivindicativo dos profissionais filiados na Associação Médica de Moçambique (AMM), concretamente a questão das casas, estatuto médico e a necessidade de ajustamento dos salários.

Os primeiros dois pontos já haviam sido satisfeitos quando da primeira ameaça de greve em meados de Dezembro, tendo a questão do salário transitado para a fase seguinte das negociações, cujo fracasso ditou o abandono dos serviços por parte deste grupo de médicos há pouco mais de uma semana. O ajustamento salarial segundo apurámos deverá entrar em vigor a partir de Abril próximo.

Em conferência de Imprensa ao fim da manhã de ontem, as duas partes, Ministério da Saúde (MISAU) e AMM, garantiram que as preocupações apresentadas pelos médicos foram cabalmente resolvidas nos encontros conjuntos que vêm se realizando desde a paralisação, pelo que aqueles profissionais voltavam ao trabalho.

O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, disse que “houve um entendimento que abre portas no sentido de todos os médicos regressarem ao trabalho para a satisfação do povo que ficou privado de cuidados de saúde na plenitude”. Acrescentou que as preocupações foram ultrapassadas, devendo avançar-se imediatamente para a normalização da situação nas unidades sanitárias que estavam a funcionar debaixo de uma grande pressão.

Por sua vez, Jorge Arroz, presidente de Direcção da AMM, garantiu que a questão do ajuste salarial era o último ponto que continuava pendente e foi resolvido nas conversações, que suspensas na madrugada de ontem foram retomadas de manhã, terminando com um acordo entre as duas partes.

Recomendado para si:  Idoso de 60 anos detido em Maputo por falsificação de moeda estrangeira

Questionado sobre os números ou percentagens nos quais os ordenados dos médicos serão ajustados, Arroz escusou-se a entrar em detalhes, explicando que o aumento terá em conta os princípios de equidade e justiça salarial em relação a outros funcionários do Estado.

Nas suas reivindicações, os médicos diziam que os seus salários eram muito baixos comparativamente a outros quadros da Função Pública da mesma categoria ou até em relação a alguns de escalões inferiores.

Durante a greve as unidades sanitárias do país, principalmente os hospitais de referência ressentiram-se parcialmente da ausência dos médicos grevistas, facto que se caracterizou pelo cancelamento de algumas consultas e de tratamento.

A AMM chegou a falar de uma adesão de 90 por cento, facto desmentido pelo MISAU que apontava a não apresentação nos postos de trabalho de uma cifra na ordem de 10 porcento.

O país conta com pouco mais de dois mil médicos, dos quais cerca de 1300 trabalham no serviço público de Saúde.