O gabinete do chefe da diplomacia de Moscovo acusa a USAID de “tentar influenciar os processos políticos, incluindo eleições de vários tipos e instituições da sociedade civil, através da distribuição de subsídios”, sublinhando que o país não necessita de “direcções externas”. Nesse sentido, a missão dos Estados Unidos deve cessar as suas actividades no país a 1 de Outubro.
A Rússia torna assim pública e oficial uma decisão que já tinha sido comunicada a Washington. O Departamento de Estado norte-americano, que tutela a agência norte-americana para o desenvolvimento internacional, informou esta terça-feira que foi “recentemente informado” por Moscovo de que a USAID deve cessar todas as suas actividades no país.
Após a queda da União Soviética em 1991, a USAID disponibilizou 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2 mil milhões de euros) à Rússia para que fossem aplicados em projectos como a luta contra a sida ou a protecção do ambiente, tendo ainda avançado com apoio financeiro a associações políticas e de defesa dos direitos humanos.
Entre as estruturas que receberam o apoio da agência destaca-se a organização não-governamental Golos, que em 2011 denunciou irregularidades nas eleições legislativas russas. Este escrutínio suscitou uma troca acesa de palavras entre Moscovo e Washington, com os Estados Unidos a criticarem a organização das eleições e o Presidente Vladimir Putin a acusar a diplomacia norte-americana de encorajar as contestações ao processo eleitoral através de meios associativos.