“Se o organizador mantiver esta manifestação arrisca-se a seis meses de prisão e a 7500 euros de multa”, disse um responsável da polícia à agência de notícias AFP. França tem a maior comunidade de muçulmanos na Europa, com cerca de cinco milhões.
O filme que ridiculariza Maomé e os muçulmanos já provocou protestos violentos em vários países muçulmanos. Entretanto, o jornal satírico Charlie Hebdo decidiu publicar, na quarta-feira, uma série de caricaturas do profeta do islão.
Os receios de novas manifestações violentas levaram o Governo francês a ordenar o encerramento de embaixadas, escolas e centros culturais em mais de 20 países até sexta-feira, dia das principais orações muçulmanas da semana e, tradicionalmente, dos grandes protestos.
Esta quinta-feira há protestos em Cabul, no Afeganistão (cerca de 300 estudantes, e na capital iraniana, Teerão (100 pessoas), contra os EUA e contra França.
No Egipto, o Partido Justiça e Liberdade (criado pela Irmandade Muçulmana), do Presidente, Mohamed Morsi, “rejeitou categoricamente” a publicação das caricaturas pelo jornal satírico, pedindo “ao Governo francês medidas firmes e rápidas contra a revista”. O PJL lembra “que a justiça francesa tomou medidas dissuasivas contra uma revista que publicou fotos ofensivas para Catherine Middleton, a duquesa de Cambridge” (fotos em topless tiradas sem o conhecimento da duquesa) e ainda, como exemplo, “a posição severa [das autoridades em França] contra os que negam o Holocausto”.
O partido interroga-se “sobre o momento escolhido para publicar estas caricaturas extremistas, dias depois do filme americano que ofende o profeta e [questiona-se] se isso quer dizer que há mãos escondidas a empurrar o mundo ocidental para provocar os povos árabes e muçulmanos, que começam a libertar-se dos regimes ditatoriais e corruptos”.
Foi no Cairo que se realizou a primeira manifestação contra o filme norte-americano, com centenas de manifestantes a juntarem-se na terça-feira da semana passada diante da embaixada dos EUA. A segurança está agora reforçada na representação norte-americana, mas também na francesa.