Internacional Mundo Líbia decide dissolver milícias armadas “ilegítimas”

Líbia decide dissolver milícias armadas “ilegítimas”

Horas depois da rebelião dos habitantes de Bengasi para expulsar da cidade as milícias islamistas, as autoridades líbias decidiram, sábado à noite, dissolver todos os grupos armados que não acatem a autoridade do Estado.
Líbia decide dissolver milícias armadas “ilegítimas”
Foi decidida “a dissolução de todas as brigadas e formações armadas que não estão legitimadas pelo Estado”, declarou o presidente da Assembleia Nacional da Líbia, Mohamed al-Megaryef, que lia um comunicado na cidade de Bengasi.

Além disso, as autoridades decidiram criar um “centro de operações” em Bengasi, reunindo o Exército, as forças do Ministério do Interior e as brigadas de antigos rebeldes que dependem do Ministério da Defesa, acrescentou Megaryef. As autoridades encarregaram o chefe de Estado-Maior de exercer a sua autoridade sobre as formações de antigos rebeldes, substituindo o comando de oficiais do Exército regular. O Governo ainda não conseguiu desarmar todos os grupos de ex-rebeldes, ainda que muitos deles tenham integrado os Ministérios da Defesa e do Interior.

Na sexta-feira, milhares de líbios manifestaram-se pacificamente contra as milícias, dez dias depois do ataque ao consulado norte-americano de Bengasi, que custou a vida ao embaixador, Christopher Stevens, e a três outros americanos. Na noite de sexta-feira para sábado, centenas de habitantes de Bengasi saquearam e incendiaram a sede da milícia Ansar al-Sharia, que os Estados Unidos suspeitam ser responsável pelo ataque ao consulado. Em confrontos com uma outra milícia, Raf Allah al-Sahati, morreram 11 pessoas e dezenas ficaram feridas.

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Megaryef adiantou que as autoridades decidiram nomear um juiz para investigar este episódio de violência em Bengasi.

Por seu lado, o Exército deu um ultimato às milícias e grupos armados para, dentro de 48 horas, abandonarem os edifícios e propriedades dos membros do antigo regime em Trípoli e arredores, segundo um comunicado divulgado pela agência líbia Jana.

O Exército precisou que “usará da força se as suas ordens não forem seguidas”.

Depois da queda do regime de Muammar Kadhafi, centenas de antigos rebeldes ocuparam as instalações estratégicas militares e civis do Estado, bem como as propriedades dos apoiantes e dirigentes do antigo regime.