Internacional ‘Jesus da Sibéria’ condenado a 12 anos de prisão na Rússia

‘Jesus da Sibéria’ condenado a 12 anos de prisão na Rússia

Sergei Torop, conhecido como o ‘Jesus da Sibéria’, foi condenado a 12 anos de prisão, por extorsão e por agredir física e psicologicamente vários dos seus seguidores, na região da Sibéria, Rússia. 

Esta decisão judicial marca o fim da sua trajectória como líder de um culto que contava com cerca de 10 mil devotos.

A detenção de Torop ocorreu em Setembro de 2020, após denúncias sobre o seu comportamento abusivo junto dos membros da sua comunidade. Juntamente com ele, foram condenados outros dois líderes do culto, Vladimir Vedernikov e Vadim Redkin, todos recebendo penas a cumprir em regime de alta segurança.

Com 64 anos, Torop, que tem uma aparência distinta com barba e cabelo comprido, fundou a Igreja do Antigo Testamento em Krasnoyarsk, na Sibéria, após alegar ter renascido em 1990 para difundir a palavra de Deus. A sua doutrina atraía seguidores interessados em temas de reencarnação, veganismo e relações humanas harmoniosas. Muitos viajavam até à sua comunidade, conhecida como Morada do Amanhecer ou Cidade do Sol, em busca dos seus ensinamentos.

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Em entrevistas, Torop afirmou ser a “palavra viva de Deus”, desafiando a visão tradicional de Jesus Cristo. O cultismo à sua volta incorporava elementos de várias tradições espirituais, como a Igreja Ortodoxa Russa, Budismo e Apocalipticismo, e promovia uma vida sem carne, álcool, tabaco ou linguagem imprópria. Os seguidores eram incentivados a renunciar ao dinheiro e organizavam vigílias de oração em sua honra.

Apesar de sua imagem como líder espiritual, a comunidade escondeu práticas de manipulação psicológica e exploração financeira ao longo de quase três décadas.