Politica PR Chapo defende paz duradoura e unidade nacional no cinquentenário da independência

PR Chapo defende paz duradoura e unidade nacional no cinquentenário da independência

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou que os moçambicanos estão “proibidos de falhar” na busca de um “diálogo nacional inclusivo”. 

Esta afirmação foi feita durante a abertura de um simpósio que assinala o 50º aniversário da independência de Moçambique e o 63º aniversário da fundação do Movimento de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Chapo sublinhou a importância de uma paz duradoura, apelando ao diálogo, ao combate à violência e ao fortalecimento da unidade nacional, elementos essenciais para atrair mais investimentos e criar oportunidades de trabalho para a juventude moçambicana. O Presidente defendeu que este “diálogo político nacional inclusivo” deve ser alimentado pelas experiências exitosas de Moçambique e de outras nações.

“Enquanto moçambicanos, estamos proibidos de falhar”, afirmou Chapo. “É imprescindível criar um ambiente de paz plena e duradoura, para que Moçambique deixe de ser visto como um país marcado por conflitos recorrentes”.

No seu papel como líder da Frelimo, Chapo citou Eduardo Mondlane, fundador do partido e reconhecido como o arquétipo da unidade nacional, que enfatizava que “não existe antagonismo entre a unidade nacional e a presença de diversos grupos étnicos”. Segundo Chapo, esta visão transformou a Frelimo numa organização que congregou as vontades de milhões de moçambicanos, desde o Rovuma até ao Maputo, independentemente da tribo, região ou etnia.

Chapo realçou que, ao longo de 63 anos, a Frelimo tornou-se uma organização representativa do povo moçambicano, unida pela coerência e compromisso com a visão de Mondlane. Historicamente, o presidente referiu que durante séculos, os moçambicanos lutaram contra o colonialismo sem sucesso, uma vez que careciam de uma visão de unidade nacional, considerada por ele a principal arma para a vitória. Por isso, a unidade nacional permanece como a bandeira da Frelimo na construção de uma sociedade moçambicana mais justa, democrática e próspera.

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Joaquim Chissano, anterior presidente de Moçambique de 1986 a 2005, também se fez presente no simpósio, abordando os novos desafios do país, como a pobreza, corrupção, exclusão social, ignorância e extremismo violento, que considera as novas formas de opressão que ameaçam a liberdade.

Destacando os conquistas desde a independência, Chissano mencionou os sistemas educativo e de saúde, assim como o valor atribuído à cultura moçambicana, mesmo após os 16 anos de guerra de desestabilização perpetrada pelo regime do apartheid sul-africano.

“Apesar da desestabilização, de catástrofes naturais recorrentes e de pressões externas, Moçambique manteve-se firme aos seus princípios fundadores”, assegurou Chissano. Atualmente, passados 50 anos de independência, “temos instituições democráticas, uma imprensa livre e liberdade de expressão, avançámos social e economicamente e temos uma juventude cada vez mais criativa e consciente, determinada a construir a independência económica do nosso país”, concluiu.

Chissano exortou os jovens moçambicanos, diante dos novos desafios, a assumirem um “papel decisivo” no desenvolvimento da nação, enfatizando a sua responsabilidade em construir um país livre da pobreza e da ignorância, vivendo em paz consigo mesmo.