Destaque Renamo pressionada a reavaliar liderança em meio a crescente tensão interna

Renamo pressionada a reavaliar liderança em meio a crescente tensão interna

A Comissão Política Nacional do Movimento de Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) determinou que a Associação dos Antigos Guerrilheiros da Renamo (ACOLDE) realize uma conferência a curto prazo, com o objectivo de debater a actual situação interna do partido.

Durante uma conferência de imprensa na sexta-feira em Maputo, o porta-voz da Comissão Política, Saide Fidel, limitou-se a mencionar a necessidade urgência da realização da conferência, sem revelar uma data específica. Não foram abordadas, contudo, as reivindicações dos dissidentes da Renamo, que clamam pela renúncia do actual líder, Ossufo Momade.

Fidel revelou que a Comissão Política se reuniu na quinta-feira, tendo analisado em profundidade os aspectos políticos, económicos e sociais do país, com um foco especial nos recentes desdobramentos internos do partido, provocados por ex-combatentes desmobilizados.

Grupos de indivíduos que se dizem guerrilheiros desmobilizados têm ocupado as instalações da Renamo em várias partes do país, perturbando a normalidade operacional do partido. Um desses grupos instalou-se nas instalações da Renamo em Maputo, afirmando que não irão abandonar o local até que Momade seja destituído.

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Representantes desse grupo, entrevistados pela estação de televisão independente STV, expressaram o seu descontentamento com a falta de representação da sua realidade por parte do grupo parlamentar da Renamo. Manifestaram a sua determinação em permanecer na sede do partido até que Momade se demita.

Os desmobilizados responsabilizam a liderança de Momade pela fraca prestação da Renamo nas eleições gerais do ano passado. Em eleições anteriores, o partido sempre ocupou o segundo lugar; no entanto, desta vez, caiu para a terceira posição, atrás do Partido Frelimo, no poder, e do Partido de Otimistas pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).

Esta situação terá repercussões financeiras para a Renamo, uma vez que a redução do seu grupo parlamentar resultará igualmente numa diminuição do subsídio recebido do Estado moçambicano.