O Presidente da República, Daniel Chapo, instou os sectores da defesa e segurança a adaptarem-se às novas ameaças que afectam a paz e segurança nacional.
O apelo foi feito durante a cerimónia de encerramento do curso de operações especiais, realizada na cidade de Nacala.
Chapo afirmou que a formação, logística e disciplina são fundamentais para o êxito de qualquer exército, sublinhando que Moçambique deve seguir essa premissa. “É imperativo que as instituições de formação militar e paramilitar incluam matérias actualizadas sobre as ameaças à segurança do Estado, que estão em constante evolução”, declarou.
Ao abordar a necessidade de renovação nos currículos, o Chefe de Estado questionou se os conteúdos leccionados na década de 80 permanecem relevantes no presente. “Investir na capacitação dos instrutores é essencial para garantir que os conteúdos formativos sejam ajustados adequadamente”, acrescentou.
Chapo desafiou os novos elementos das Forças Especiais a enfrentarem as complexas missões que lhes serão atribuídas, destacando a luta contra o terrorismo, especialmente na província de Cabo Delgado e nas áreas circundantes da Reserva Especial de Niassa, onde as forças de segurança estão em acção.
Os graduados no curso também estarão envolvidos em missões de resgate e salvamento em situações de emergência, como cheias e ciclones, fenómenos que têm aumentado em frequência no país devido às mudanças climáticas.
O Presidente, que exerce também o cargo de Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, mencionou que a insegurança provocada por grupos autodenominados Naparamas e a ocorrência de raptos e crimes transnacionais continuam a afectar a tranquilidade das famílias moçambicanas.
Para uma defesa eficaz do país, Chapo enfatizou a importância de qualidades como prontidão, coragem, lealdade e responsabilidade entre os membros das Forças Armadas. “A liberdade do povo moçambicano não tem preço; a defesa desta pátria é uma responsabilidade intransferível”, realçou.
O Presidente reafirmou, ainda, o compromisso do governo em investir nas Forças de Defesa e Segurança, promovendo soluções políticas para melhorar as condições operacionais.
A Escola de Formação de Forças Especiais de Nacala, que tem formado quadros desde 1994, viu o grupo de finalistas de hoje contar com a colaboração de instrutores ruandeses, além dos formadores moçambicanos.