Internacional Ex-vice-ministro da Defesa russo em tribunal por peculato

Ex-vice-ministro da Defesa russo em tribunal por peculato

O Exército russo enfrenta uma tempestade de escândalos de corrupção em meio à sua campanha militar na Ucrânia, com pelo menos dez oficiais do Ministério da Defesa, incluindo generais, detidos ou sob investigação desde a primavera passada.

A situação revela as fissuras na estrutura militar do país, enquanto as forças armadas se encontram no centro de uma operação prolongada.

Entre os destacados casos, destaca-se o de Timur Ivanov, que foi levado a tribunal na quarta-feira no tribunal de Khamovnichesky, em Moscovo. Ivanov, que desempenhou um papel crucial na construção de instalações militares, enfrenta acusações graves de desvio de fundos, incluindo a soma exorbitante de 3,9 mil milhões de rublos (equivalente a aproximadamente 38 milhões de euros). O ex-oficial também é acusado de desviar 200 milhões de rublos (cerca de 1,96 milhões de euros) durante a venda de ferries destinados à travessia do estreito de Kerch, uma região estratégica entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada por Moscovo.

No tribunal, Ivanov apareceu algemado e rodeado por agentes da lei, conforme foi divulgado em um vídeo. A sua defesa, liderada pelo advogado Murad Musayev, classificou as acusações como “completamente infundadas”.

O ex-general pode enfrentar uma longa pena de prisão, que pode atingir até dez anos por peculato e cinco anos por branqueamento de capitais, sendo também investigado por corrupção em um caso à parte.

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Os escândalos não se limitam a Ivanov. Anton Filatov, antigo director da empresa militar russa Oboronloguistika, também se encontra no centro das investigações. Ambos os acusados declararam-se inocentes, segundo a agência de notícias russa TASS.

A onda de investigações começou a ganhar força em Abril, no contexto da substituição do ministro da Defesa Sergei Shoigu por Andrei Belousov, economista encarregado de optimizar os imensos gastos militares do país. Desde então, as revelações sobre corrupção têm emergido, levantando questões sobre a integridade e a eficácia do sistema militar russo.

A Fundação Anticorrupção, criada pelo opositor Alexei Navalny, denunciou Ivanov em 2022, alegando que ele havia contornado sanções da União Europeia ao divorciar-se da esposa, permitindo que esta continuasse a residir na UE. O seu estilo de vida opulento, em contraste com a situação financeira do país, levou a que fosse apelidado de “general glamoroso” pela comunicação social russa. Recentemente, as autoridades russas apreenderam 23 carros de luxo associados a Ivanov.