A União Africana (UA) anunciou a suspensão de Madagáscar, um passo que tem efeitos imediatos. Esta decisão surge um dia após a tomada do poder pelos militares, que destituíram o presidente Andry Rajoelina, segundo a agência de notícias AFP.
O anúncio foi feito por Fortune Charumbira, presidente do parlamento pan-africano. Rajoelina, de 51 anos, confirmou que abandonou o país após semanas de protestos populares que culminaram na intervenção militar. De acordo com um comunicado da presidência malgaxe, o ex-chefe de Estado deixou Madagáscar entre sábado e domingo, em resposta a “ameaças explícitas e extremamente sérias contra a sua vida”.
Relatos indicam que Rajoelina foi evacuado num avião militar francês. Na segunda-feira, o ex-presidente declarou estar refugiado num “local seguro”, sem fornecer mais pormenores. Rajoelina, que chegou ao poder em 2009 após um golpe de Estado, acusou a Assembleia Nacional de se unir aos militares para depô-lo.
Os militares, sob a liderança do coronel Michael Randrianirina, estão previstos para tomarem posse formal na próxima sexta-feira, dia 17. A destituição de Rajoelina ocorre no contexto de um movimento de protesto iniciado por jovens a 25 de setembro, exigindo melhorias nas condições de acesso à água e à energia eléctrica.
A comunidade internacional manifestou preocupação com os desenvolvimentos em Madagáscar, e a Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu a situação como uma tomada de poder “inconstitucional”. O país insular é o mais recente a experimentar um controlo militar, juntando-se a uma lista de ex-colónias francesas que sofreram mudanças de regime desde 2020, incluindo Mali, Burkina Faso, Níger, Gabão e Guiné-Conacri.