O exército israelita lançou novos ataques aéreos esta manhã no sul de Gaza, justificando a acção como resposta a uma “flagrante violação” do cessar-fogo por parte do Hamas. A operação resultou na suspensão do acesso a ajuda humanitária no enclave.
As Forças de Defesa de Israel emitiram um comunicado a informar que, em decorrência da violação do acordo de cessar-fogo, foram iniciados bombardeamentos contra alvos considerados terroristas do Hamas, focando-se nas zonas orientais de Khan Yunis e na área de Rafah, no sul do território.
Segundo a Defesa Civil de Gaza, que opera sob a autoridade do Hamas, pelo menos 15 pessoas perderam a vida em diversas áreas da Faixa de Gaza, incluindo seis civis em Al-Zawaida, no centro, e uma mulher e duas crianças que estavam em tendas de deslocados perto de Khan Yunis. Israel está a averiguar essas alegações, reafirmando que os ataques foram uma retaliação a disparos efectuados pelo Hamas, que nega a acusação.
O Governo de Israel anunciou a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, citando a violação do cessar-fogo como justificação. Uma fonte governamental israelita declarou que “a transferência de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza foi suspensa até novo aviso”.
No passado sábado, o Departamento de Estado dos Estados Unidos já havia emitido um alerta sobre “relatos credíveis” de que o Hamas estaria a preparar uma “violação iminente” da trégua, a qual entrou em vigor a 9 de Outubro, mediada pelos Estados Unidos e outros países. O Presidente norte-americano, Donald Trump, destacou que não existe um prazo fixo para o desarmamento do Hamas, uma das cláusulas do acordo, mas advertiu que, caso o grupo não cumpra, poderão ser tomadas novas medidas.
O cessar-fogo estipula a retirada gradual do exército israelita da Faixa de Gaza, a libertação de reféns e prisioneiros, bem como a entrada de ajuda humanitária no território. Além disso, prevê a futura formação de um novo governo sem a participação do Hamas.
Fontes palestinianas reportaram que, hoje, pelo menos 20 pessoas foram mortas em bombardeamentos israelitas em vários locais de Gaza, marcando o episódio mais grave desde o início da trégua. Desde o início da ofensiva israelita, mais de 68 mil pessoas faleceram na Faixa de Gaza, que começou após o ataque do Hamas em 7 de Outubro de 2023, resultando em 1.200 mortos e 250 reféns em território israelita.