Economia Ministra das Finanças adverte para riscos de estagnação económica em Moçambique

Ministra das Finanças adverte para riscos de estagnação económica em Moçambique

A Ministra das Finanças de Moçambique, Carla Loveira, expressou a sua preocupação face a uma desaceleração nos sectores produtivos da economia nacional, levando o governo a implementar medidas fiscais e monetárias restritivas.

Durante uma reunião com Fily Sissoko, director regional do Banco Mundial para Moçambique, à margem das Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorrem em Washington, a ministra sublinhou que a economia do país atravessa um período marcado por uma redução da actividade económica nos sectores produtivos, bem como por desafios estruturais nas finanças públicas.

Carla Loveira explicou que a situação actual é resultado de factores interconectados, incluindo a capacidade insuficiente de arrecadação de receitas por parte do governo, o crescimento acelerado da despesa pública — especialmente em relação a dívidas acumuladas e serviços da dívida — e choques externos.

De acordo com dados do governo, a exportação ilegal de produtos produzidos em Moçambique e a evasão fiscal correspondem a mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país anualmente, resultando numa perda entre 10 e 15 mil milhões de dólares.

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“Esta situação tem aumentado as necessidades de financiamento do governo e deteriorado progressivamente a sua capacidade de fornecer serviços básicos à população, comprometendo os níveis de desenvolvimento humano e social do país”, afirmou.

A Ministra acrescentou que as medidas fiscais e monetárias do governo, reflectidas no Plano de Recuperação e Crescimento Económico (PRECE), visam estimular a economia e restaurar o equilíbrio macro-fiscal.

O director regional do Banco Mundial reiterou que a revisão de portfólio com o governo é uma das medidas identificadas para apoiar a gestão da boa governação e um ambiente de negócios favorável.

Durante a reunião, Carla Loveira discutiu também com o Banco Mundial os sectores prioritários que necessitam de atenção, afirmando que “oportunidades económicas para a criação de empregos, estabilidade macro-fiscal para estimular o sector privado e o Investimento Estrangeiro Directo, corredores de desenvolvimento e a cadeia de valor da agropecuária e turismo” são cruciais para impulsionar a economia.