A Renamo decidiu, por unanimidade, abolir a realização de congressos em anos eleitorais, com a intenção de evitar clivagens internas e fortalecer a coesão dentro do partido.
Esta deliberação foi tomada durante a sessão do Conselho Nacional do partido, realizada na última quinta-feira (16), na cidade de Nampula.
O porta-voz da Renamo, Marcial Macome, explicou em conferência de imprensa que a realização de congressos em anos eleitorais frequentemente gera desentendimentos que podem enfraquecer o partido no momento em que a união se torna mais necessária. “Entendemos que realizar congressos em anos eleitorais muitas vezes gera desentendimentos que acabam por enfraquecer o partido no momento em que mais precisamos de união”, afirmou.
Durante a reunião, o Conselho Nacional também apreciou o relatório de actividades da Comissão Política Nacional, analisou o processo eleitoral de 2024 e debateu a situação política, social e económica do país, assim como a vida interna do partido. Macome sublinhou que a união na diversidade e o respeito pelos valores e ideologia da Renamo devem prevalecer sobre os interesses individuais, destacando que “a defesa do bom nome e da honra do partido deve sempre prevalecer”.
O Conselho decidiu ainda remeter o projecto de regulamento interno às bases para recolha de contribuições e posterior aprimoramento, sendo o documento submetido à aprovação na próxima sessão. A Comissão Política Nacional será responsável por harmonizar e consolidar as propostas provenientes das estruturas locais.
Foi reafirmado o compromisso da Renamo com o diálogo interno como um meio de resolver divergências e fortalecer a convivência partidária. Segundo Macome, após longas discussões, “prevaleceu um espírito de reconciliação e coesão entre os membros”. Ele enfatizou que “os combatentes e dirigentes reafirmaram que ninguém que lutou em nome da Renamo deixará de defender os valores que sempre nortearam o partido”.
Macome identificou o incumprimento de promessas no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) como “um dos calcanhares de Aquiles” da Renamo, lamentando que muitos antigos combatentes ainda não tenham sido reintegrados adequadamente na sociedade.
Em resposta a declarações recentes da Liga da Juventude da Renamo, que apontaram fragilidades na “saúde interna” do partido, Macome garantiu que a questão foi amplamente discutida e que foram encontrados mecanismos para superar os diferendos. “Não negamos que existam opiniões divergentes, mas o que nos une deve ser mais forte do que aquilo que nos separa”, concluiu, acrescentando que o presidente do partido abriu um espaço permanente de dialogo para todos que desejam contribuir com ideias para o fortalecimento da Renamo.