Destaque Condições precárias na morgue do HCM geram preocupação entre famílias enlutadas

Condições precárias na morgue do HCM geram preocupação entre famílias enlutadas

A conservação dos corpos na morgue anexa ao Hospital Central de Maputo (HCM) tem suscitado sérias preocupações, com diversas denúncias de negligência e deterioração dos restos mortais entregues às famílias. 

Nos últimos tempos, têm sido relatados casos em que os familiares recebem os corpos de entes queridos em avançado estado de decomposição, levantando suspeitas sobre a adequação dos serviços prestados.

As queixas apontam para um ambiente de trabalho pouco higienizado, o que ao que parece resulta da insatisfação dos funcionários face aos baixos salários que auferem. Esta situação é agravada pela falta de equipamentos essenciais, como mesas de lavagem adequadas e elevadores para o manuseio dos corpos, o que compromete ainda mais a dignidade no tratamento dos falecidos.

Devido ao estado de degradação e ao odor insuportável que emana dos corpos, muitas famílias sentem-se impossibilitadas de realizar o tradicional ritual de abertura do caixão, um momento de despedida que é culturalmente significativo em várias comunidades. Em relatos obtidos pela equipa de reportagem do jornal “Notícias”, alguns familiares afirmam ter sido forçados a subornar trabalhadores do necrotério para garantir que os corpos fossem preservados de forma digna, enquanto se organizavam para os funerais.

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As autoridades competentes, por seu lado, asseguram que existem fundos disponíveis para a requalificação das morgues, com o objectivo de melhorar as condições de trabalho e a capacidade de resposta dos serviços.

As promessas de intervenção visam proporcionar um atendimento de qualidade, almejando minimizar o sofrimento das famílias enlutadas que têm enfrentado desafios significativos neste momento já tão delicado.