Um grupo de antigos guerrilheiros da Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, anunciou o encerramento da sede nacional do partido em Maputo, exigindo a realização de um Conselho Nacional alargado para eleger uma nova liderança.
Esta ação surge em protesto contra a actual direcção, liderada por Ossufo Momade.
João Machava, porta-voz do grupo, declarou o fechamento da sede até novas ordens, sublinhando a necessidade de uma reflexão sobre a gestão do partido e as suas recentes derrotas eleitorais. O grupo já manifestou seu descontentamento em ocasiões anteriores, submetendo cartas de protesto que apontam para uma violação dos estatutos do partido.
A RENAMO perdeu recentemente o estatuto de segunda força política mais votada nas eleições gerais de 9 de Outubro, conforme os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). O grupo de ex-guerrilheiros defende que um Conselho Nacional é necessário para analisar as causas desta queda.
Armindo Dimande, outro membro do grupo, instruiu os membros do partido a encerrarem todas as sedes provinciais e distritais a partir de sábado. O departamento de comunicação da Renamo prometeu responder oficialmente no sábado às demandas dos ex-guerrilheiros.
Ossufo Momade, que assumiu a liderança da Renamo após a morte de Afonso Dhlakama, já enfrentou questionamentos sobre sua liderança anteriormente. Nas eleições de 9 de Outubro de 2024, Momade obteve apenas 5,81% dos votos para a presidência, o pior desempenho do partido desde 1994.
A actual contestação interna na Renamo ocorre num contexto de descontentamento após os resultados eleitorais e reflete as tensões persistentes desde a guerra civil em Moçambique, encerrada em 1992 com o Acordo Geral de Paz.