A primeira Secretária-Geral Adjunta do Congresso Nacional Africano (ANC), Nomvula Mokonyane, fez um apelo aos moçambicanos para buscarem a resolução pacífica das suas diferenças políticas.
A declaração foi feita no passado sábado durante uma entrevista à estação pública SABC, à margem da reunião do Comité de Relações Internacionais do ANC.
Mokonyane enfatizou que as disputas eleitorais não se devem manifestar por meio de protestos nas ruas, mas sim através do fortalecimento e melhoria das instituições democráticas. A líder política sublinhou a importância de respeitar a vontade do povo moçambicano, reforçando que a estabilidade política é essencial para o progresso do país.
O antigo presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, também se pronunciou sobre a situação em Moçambique, expressando a sua convicção de que os moçambicanos encontrarão formas pacíficas de resolver o diferendo eleitoral. Mbeki fez referência ao histórico conflito entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), afirmando que a actual contestação será, sem dúvida, resolvida sem confrontos.
“Eu acredito que mesmo o debate em torno da controvérsia levantada em Moçambique será resolvido. A história de Moçambique mostra que é possível alcançar soluções pacíficas”, disse Mbeki.
O antigo presidente destacou ainda a importância das recentes eleições no Botswana, considerando-as um exemplo positivo para a região. Segundo Mbeki, os países africanos devem apoiar os processos democráticos e não criar obstáculos à vontade popular. “O ANC não lutou para receber 40 por cento dos votos e, em vez disso, aceitou essa realidade. O que se passou no Botswana foi semelhante, e, por isso, acredito que a crise moçambicana será resolvida pacificamente”, frisou.
O ANC revelou que está a preparar uma reunião dos movimentos de libertação, que irá abordar a situação política nos diversos países da região, incluindo Moçambique, numa tentativa de promover a estabilidade e a democracia no continente.