O candidato independente Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, fez um apelo à oposição moçambicana para que se una na contestação dos resultados eleitorais anunciados esta semana, que conferem a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde 1975.
Em uma intervenção veiculada na rede social Facebook, Mondlane parabenizou os líderes dos partidos da oposição, nomeadamente Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), e Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), pelo seu posicionamento em relação aos resultados eleitorais apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Ambos os líderes rejeitaram os resultados e exigiram a anulação dos votos.
“Estão de parabéns todos os presidentes dos partidos concorrentes [da oposição]. Estão a ter uma atitude perfeita e eu aproveito, em público, para felicitá-los e afirmar que estou totalmente disponível para que façamos esta luta juntos, esta caminhada juntos, para salvaguardarmos a verdade eleitoral”, declarou Mondlane.
O candidato destacou que as ações propostas são parte da terceira etapa da Manifestação Geral e Nacional e identificou a possibilidade de formar uma frente única entre as forças de oposição, alinhadas por ideais comuns em prol do povo. De acordo com Mondlane, “temos condições aqui, nós também, como oposição, de formarmos uma frente única, com os mesmos ideais, a lutar por este povo, em vez de andarmos divididos”.
Mondlane reiterou a sua convicção de que as eleições foram “fraudulentas” e “burladas”.
Em contraponto, o governo chinês felicitou, no passado sábado, o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, reconhecendo-o como “Presidente eleito” e expressando a intenção de aprofundar a parceria cooperativa entre os dois países, em benefício dos seus povos.
Os resultados eleitorais, divulgados pela CNE na passada quinta-feira, atribuem à Frelimo 70,67% dos votos, enquanto Mondlane obteve 20,32%. Importa salientar que os resultados ainda devem ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
A situação política em Moçambique continua a ser marcada por tensões e questionamentos sobre a legitimidade do processo eleitoral, à medida que a oposição procura formas de se unir diante dos desafios que se avizinham.