A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique deu início ao processo de contagem dos votos, após milhões de eleitores terem participado nas eleições realizadas na quarta-feira, dia 9 de Outubro.
Os cidadãos foram chamados a escolher o Presidente da República, deputados, governadores provinciais e membros das assembleias municipais.
Os resultados oficiais deverão ser divulgados num prazo de 15 dias, embora os partidos concorrentes possam começar a anunciar resultados parciais já a partir desta quinta-feira, dia 10 de Outubro.
A plataforma de observação eleitoral Sala da Paz, em comunicado, informou que o encerramento da votação decorreu “sem incidentes significativos” e que o processo eleitoral seguiu “as regras e regulamentos estabelecidos”.
No entanto, a organização expressou preocupação quanto à falta de condições adequadas para o início da contagem dos votos, devido à insuficiência de iluminação em algumas mesas de voto.
A Sala da Paz destacou que os seus 800 observadores visitaram 3.717 mesas de votação em todo o país, e que em 1.239 dessas mesas (33,3%) foram registados problemas relacionados com a falta de luz eléctrica.
Esta insuficiência de iluminação poderia comprometer a integridade do processo de contagem, segundo o relatório da organização.
Além disso, durante o dia de votação, ocorreram alguns incidentes, como membros de mesa apanhados em flagrante com boletins de voto extra, numa tentativa de os introduzir nas urnas durante o encerramento. Também foram reportadas longas filas de espera, bem como eleitores a chegarem tarde às mesas de voto, o que gerou agitação e tumultos em alguns locais.
Em Maputo, observou-se uma falta de conhecimento por parte de alguns membros das assembleias de voto, o que poderá ter dificultado o bom andamento do processo em determinadas secções.
Os observadores também relataram a presença de eleitores com “intenção de controlar os votos” em 798 mesas, o que representa 21,5% das mesas visitadas.
Por outro lado, tanto a missão de observação da União Europeia quanto a plataforma da sociedade civil Mais Integridade afirmaram não ter detectado problemas significativos durante o processo eleitoral.
No entanto, Joseph Hanlon, conselheiro da Mais Integridade, alertou, em declarações à agência Reuters, que “o dia da votação decorre geralmente sem problemas, mas a fase de contagem é muito mais complexa”.
Para estas eleições, estavam registados 17.163.686 eleitores, dos quais 333.839 votam em sete países africanos e dois europeus. Nesta sétima edição de eleições gerais, serão eleitos o Presidente da República, 250 deputados, 794 membros das assembleias municipais e 10 governadores provinciais.