Politica CTA de Moçambique critica paralisação de actividades convocada por Venâncio Mondlane

CTA de Moçambique critica paralisação de actividades convocada por Venâncio Mondlane

A Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique manifestou, na sexta-feira, a sua oposição à paralisação de actividades convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, advertindo sobre as implicações económicas que os discursos políticos têm em períodos pós-eleitorais.

O presidente da CTA, em declarações à agência Lusa, expressou a preocupação com a actual crise de divisas que o país enfrenta e sublinhou que “a economia já sofre bastante com o excesso de feriados e tolerâncias de ponto.” O responsável acrescentou que “este tipo de discurso político só complica mais as coisas”, referindo-se à convocação da paralisação agendada para segunda-feira.

Mondlane contesta os resultados preliminares das eleições de 9 de Outubro, que indicam uma clara vantagem para a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e o seu candidato, Daniel Chapo, que terá obtido mais de 60% dos votos. Para o líder da CTA, a instabilidade política que se sucede a cada eleição representa um desafio significativo para a economia, especialmente num momento em que o país se encontra à espera da aprovação de um novo Plano Quinquenal, prevista para o próximo ano.

“A instabilidade pós-eleitoral tem sempre impacto na economia e é preciso que os políticos tenham a consciência disso”, frisou o presidente da CTA.

Recomendado para si:  Renamo expulsa João Machava por desobediência e violações dos estatutos do partido

Venâncio Mondlane, por sua vez, defendeu a paralisação como uma “uma das janelas de contestação” aos resultados que considera “grosseiramente fraudulentos”. O candidato enfatizou o direito dos cidadãos de aderirem a greves, afirmando que “não precisa de autorização de ninguém” para tal. “Não é uma manifestação pública de ataque a instituições. Se isso acontecer, está fora do padrão daquilo que nós queremos”, garantiu, reforçando que se trata de uma ação pacífica.

As eleições gerais de 9 de Outubro foram marcadas pela realização das sétimas presidenciais, nas quais o actual chefe de Estado, Filipe Nyusi, não se apresentou como candidato por já ter atingido o limite de dois mandatos. As eleições também incluíram as sétimas legislativas e as quartas eleições para assembleias e governadores provinciais.

Segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), os resultados oficiais deverão ser anunciados até ao próximo dia 24 de Outubro, após o que o Conselho Constitucional ficará responsável pela sua proclamação, incluindo a análise de eventuais recursos.