Na segunda-feira, na Cidade da Beira, o partido Renamo acusou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de estar a violar a legislação eleitoral em relação às urnas que serão usadas nas eleições de Outubro próximo.
A acusação surge após a Renamo alegar que a CNE está a preparar-se para utilizar urnas antigas com ranhuras que permitem a introdução de múltiplos boletins de voto de uma só vez, contrariando a nova lei eleitoral.
Fernando Mazanga, representante da Renamo na Comissão Nacional de Eleições e vice-presidente do órgão, expressou a preocupação do partido com a alegada infracção.
Segundo Mazanga, a nova legislação exige que as urnas sejam transparentes e possuam uma ranhura que permita a inserção de apenas um boletim de voto por eleitor.
Segundo o STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral), não há tempo nem recursos suficientes para realizar as alterações necessárias.
Aproximadamente 15 mil urnas já foram adquiridas e estão em processo de desalfandegamento em Moçambique, juntando-se às 64 mil urnas remanescentes do processo eleitoral anterior.
Para a Renamo, a CNE demonstra falta de vontade em resolver o problema. O partido argumenta que, apesar da proximidade das eleições, há ainda soluções possíveis.
A Renamo anunciou que, ainda esta semana, irá submeter um recurso ao Conselho Constitucional para garantir que a legalidade seja restaurada, exigindo que as urnas utilizadas em Outubro possuam a ranhura que permita apenas a introdução de um único boletim de voto por eleitor, com o objectivo de prevenir abusos.