Venâncio Mondlane, que tem a candidatura às eleições presidenciais apoiada pela Coligação Aliança Democrática (CAD), afirmou que não recuará após a decisão do Conselho Constitucional de Moçambique que excluiu a CAD das eleições gerais de 9 de Outubro.
O político declarou-se como “candidato do povo” e prometeu avançar apesar do revés judicial.
No domingo (04), Mondlane chegou ao Aeroporto Internacional de Maputo depois de uma viagem pela Europa. Foi recebido por uma multidão de apoiantes que ocupou o aeroporto durante mais de três horas. Enquanto aguardavam a chegada do candidato, entoaram cânticos como: “Trufafa Trufafa, o Presidente está a chegar”.
“Quero deixar claro que não vou recuar. Sou um sobrevivente, assim como muitos de nós aqui presentes”, declarou Mondlane à sua base de apoio.
O Conselho Constitucional decidiu, na quinta-feira (01), excluir a Coligação Aliança Democrática das eleições gerais. Venâncio Mondlane usou a ocasião para criticar a decisão, chamando-a de “sepultura da justiça e da democracia”. Ele assegurou que continuará a sua candidatura às presidenciais, representando todas as camadas sociais e partidos políticos.
Mondlane acusou o Conselho Constitucional de ser um órgão político alinhado com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a Resistência Nacional Moçambique (RENAMO), partido do qual se distanciou recentemente devido a divergências com a liderança.
O candidato fez um apelo para que os seus apoiantes realizem manifestações na próxima quarta-feira, em ruas e praças de todo o país, com as mãos pintadas de preto como símbolo do “funeral da justiça e da democracia”.