A Renamo, o maior partido de oposição em Moçambique, responsabiliza directamente Bernardino Rafael, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), pela crescente onda de raptos e pelo clima de insegurança pública que assola o país.
Os raptos tornaram-se um problema alarmante e recorrente. Desde 2012, mais de 150 empresários foram vítimas desse crime, que continua a afectar negativamente a sociedade e o ambiente de negócios em Moçambique. A Renamo, juntamente com a sociedade civil e o sector empresarial, manifestou publicamente o seu repúdio e condenação em relação a estas práticas criminosas.
A Renamo argumenta que a simples mudança de ministros ou a expulsão de agentes não resolverá a questão dos raptos. Segundo o partido, a responsabilidade principal recai sobre o comandante-geral da PRM. “Não basta trocar ministros ou expulsar agentes; a responsabilidade primária deve e deve recair sobre o comandante-geral da PRM. É evidente que a sua gestão está directamente ligada à pobreza que afecta os moçambicanos e ao abandono que os empresários enfrentam no país”, afirma Maciel Macome, porta-voz da Renamo.
Macome critica a actuação da polícia, afirmando que, em vez de combater a criminalidade, a PRM está a dificultar a vida dos cidadãos comuns. “Se sairmos à rua, veremos vários agentes espalhados pelas vias da cidade, que complicam a vida daqueles que lutam pelo seu sustento. Contudo, esta mesma polícia é incapaz de resolver os problemas que afectam a sociedade”, sublinha.
Actualmente, de acordo com dados fornecidos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), dois empresários ainda permanecem em cativeiro, o que evidencia a gravidade da situação e a necessidade urgente de uma intervenção eficaz para enfrentar o problema dos raptos.