A presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias, enfatizou a necessidade de intensificar as acções de combate aos crimes de rapto e tráfico de drogas no país, durante a abertura da décima sessão ordinária do Parlamento.
As bancadas da Renamo e do MDM exigiram que as autoridades identifiquem e divulguem os responsáveis pelos actos terroristas.
Nesta quarta-feira, iniciou a décima e última sessão parlamentar desta legislatura. No seu discurso inicial, Esperança Bias destacou os problemas que afectam o desenvolvimento do país, com particular preocupação para os crimes de rapto, que têm aumentado na capital.
“Preocupam-nos as informações sobre o tráfico e consumo de drogas no nosso país, um mal que vai minando a saúde e a sã formação dos nossos jovens. Neste sentido, exortamos aos jovens e a toda a família para serem vigilantes no combate a este mal. Preocupa-nos, igualmente, o recrudescimento do crime de raptos, principalmente na Cidade de Maputo. Este crime tem criado desgraças nas famílias, na classe empresarial e na sociedade, em geral, e no crescimento da nossa economia”, declarou Bias.
A Renamo e o MDM expressaram suas preocupações sobre o terrorismo em Cabo Delgado. Para o maior partido da oposição, a falta de eficácia do Governo em explicar as causas da insurgência no Norte é incompreensível.
“Volvidos quase sete anos, é quase inconcebível que o Governo continue a usar a mesma táctica de combate ao terrorismo, enquanto internacionalmente vai dizendo que tem experiência no cultivo de diálogo e paz. Este Governo, se pretende servir os interesses do povo, deve contactar os actores morais e materiais do terrorismo para acabar com a situação”, afirmou Viana Magalhães, chefe da bancada da Renamo.
O MDM também questionou a devolução da Lei Eleitoral pelo Presidente da República, já que a legislação tinha sido debatida e aprovada pelo Parlamento. Fernando Bismarque exigiu que os erros fossem corrigidos durante a sessão e pediu ao Governo que cessasse a mobilização de jovens para combaterem os terroristas em Cabo Delgado.
“Desencorajamos a mobilização de jovens para as fileiras de inimigos. A soberania e segurança nacional no contexto nacional de democracia requer uma refundação de um partido do Estado dominante para um verdadeiro Estado de Direito, e que as Forças de Defesa e Segurança, incluindo o serviço de inteligência, estejam no serviço de protecção da soberania”, declarou Bismarque.
Por outro lado, a Frelimo afirmou que fará tudo para garantir que o pacote eleitoral, a ser reexaminado pelo Parlamento, não seja motivo de discórdia.
“Estamos prontos para o reexame e vamos trabalhar no sentido de reavaliar o instrumento, nos fundamentos e nos pedidos apresentados pelo Presidente da República, sempre com o efeito de produzir uma legislação consentânea com o objectivo de realização de eleições justas e transparentes”, destacou Sérgio Pantie.
A décima sessão ordinária terminará no dia 8 de Agosto, com 23 matérias em pauta. Esta é a última sessão da nona legislatura, iniciada em 2020. Esperança Bias pediu a colaboração de todos os deputados para o cumprimento da agenda.