A Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, solicitou um reforço do apoio humanitário por parte das Nações Unidas para as vítimas do terrorismo islâmico que tem devastado a província de Cabo Delgado nos últimos seis anos.
O apelo de Macamo foi proferido após uma reunião com Jorge Moreira da Silva, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projectos (UNOPS) em Moçambique. Moreira da Silva anunciou a sua intenção de visitar Cabo Delgado para avaliar o progresso dos projetos sociais que o UNOPS tem implementado na região, com o financiamento do Banco Mundial, nos últimos três anos.
“Agradecemos o apoio contínuo que temos recebido no combate aos efeitos das alterações climáticas, que têm sido severos em Moçambique, e, em especial, a assistência prestada às vítimas dos ataques terroristas em Cabo Delgado,” afirmou Macamo, conforme relatado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Jorge Moreira da Silva destacou que Moçambique enfrenta um elevado risco de desastres climáticos recorrentes. “É crucial que a comunidade internacional mobilize esforços para apoiar Moçambique na construção de resiliência climática, na adaptação às mudanças climáticas, bem como na descarbonização e na transição energética,” enfatizou. Acrescentou ainda que a crise em Cabo Delgado não deve ser esquecida, mesmo com a existência de outras crises globais.
“Estou determinado a visitar a região e verificar pessoalmente os resultados dos nossos projetos. Apesar dos avanços significativos e do retorno de muitas pessoas deslocadas, a crise ainda persiste, especialmente em termos de infraestruturas sociais. É imperativo que continuemos o nosso trabalho,” disse Silva.
O propósito da visita de Moreira da Silva a Moçambique é sensibilizar a comunidade internacional para a necessidade contínua de apoio. Nos últimos anos, o UNOPS tem realizado diversas iniciativas de apoio social às populações deslocadas e às comunidades de acolhimento em Cabo Delgado. Entre estas iniciativas, destacam-se a construção de 20 escolas, 8 centros de saúde, 8 mercados, 4 incubadoras de empresas, a oferta de 7.000 cursos de formação profissional, e o fornecimento de apoio psicológico a 40.000 pessoas.
“Embora tenhamos alcançado resultados notáveis, expressamos o nosso compromisso em continuar a apoiar Moçambique. É fundamental que o país permaneça como uma prioridade para a comunidade internacional,” concluiu Silva.
Este apelo de Verónica Macamo e a subsequente visita de Jorge Moreira da Silva sublinham a urgência de uma resposta global mais robusta para enfrentar as múltiplas crises que afetam Moçambique, reforçando a solidariedade e a cooperação internacional.