O deputado Venâncio Mondlane foi excluído da lista de candidatos à presidência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), devido à falta de cumprimento dos requisitos necessários para o cargo.
Esta decisão foi anunciada pelo porta-voz do partido, José Manteigas, que confirmou que Mondlane não satisfazia os critérios exigidos para concorrer à liderança.
A Renamo validou as candidaturas de nove outros concorrentes, cujos nomes serão submetidos à votação durante o congresso do partido, que tem início na quarta-feira. A exclusão de Mondlane da lista de candidatos deve-se ao facto de ele não ter os 15 anos de militância ininterrupta exigidos pelo perfil de candidato aprovado pelo conselho nacional do partido.
Apesar de ter liderado manifestações contra os resultados eleitorais das eleições autárquicas de outubro passado e de ter submetido a sua candidatura à liderança da Renamo, Mondlane juntou-se ao partido em 2018, vindo do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Esta falta de antiguidade no partido impossibilitou-o de satisfazer os requisitos estabelecidos.
Mondlane apresentou uma providência cautelar ao Conselho Constitucional (CC) para contestar o perfil de candidato, mas ainda não houve uma decisão final sobre este assunto. Ele argumenta que a deliberação do Conselho Nacional da Renamo sobre este perfil não foi partilhada com os membros do partido, o que mantém o assunto em aberto.
O congresso da Renamo, que decorrerá nos dias 15 e 16 de maio em Alto Molócué, na província da Zambézia, irá eleger a nova liderança do partido. Cerca de 700 congressistas participarão na votação para escolher o novo presidente, entre os quais se encontram candidatos como Ossufo Momade, André Magibire, Ivone Soares, e outros.
A liderança atual da Renamo, nomeadamente Ossufo Momade, tem sido alvo de críticas devido à sua alegada inércia perante irregularidades nas eleições autárquicas e à sua gestão dos guerrilheiros desmobilizados do partido. Estas questões têm gerado tensões internas e externas dentro do partido.