Destaque Líder da Renamo acusa críticos de buscarem “legitimidade” através de ataques

Líder da Renamo acusa críticos de buscarem “legitimidade” através de ataques

Durante a abertura do Conselho Nacional da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Maputo, Ossufo Momade, atual presidente do partido desde a morte de Afonso Dhlakama em 2018, afirmou que os críticos estão a tentar obter “legitimidade” para alcançar posições políticas.

Momade, cujo mandato expirou em 17 de janeiro, tem sido alvo de críticas tanto internas quanto externas, especialmente relacionadas à sua suposta inação diante de alegadas irregularidades nas eleições autárquicas de outubro passado e à situação dos guerrilheiros desmobilizados do partido conforme o acordo de paz.

Uma das vozes críticas dentro da Renamo é Venâncio Mondlane, deputado do partido e ex-candidato à autarquia de Maputo. Mondlane, que manifestou publicamente a intenção de concorrer à presidência do partido, recorreu recentemente aos tribunais exigindo a anulação de decisões tomadas por Momade, argumentando que este está fora de mandato, pedido esse que foi rejeitado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Ele também tentou, sem sucesso, exigir a marcação do próximo congresso do partido.

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No seu discurso, Momade negou as acusações, sugerindo que existe uma agenda externa promovida por alguns membros do partido. Ele lamentou o foco em acusações de fraude eleitoral, reiterando que a prioridade da Renamo é alcançar o poder e servir o povo moçambicano.

A reunião do Conselho Nacional da Renamo foi marcada por confrontos entre os seguranças do partido e um grupo de jovens apoiantes de Mondlane. Estes jovens foram expulsos à força pelos seguranças quando tentavam manifestar-se à porta da sala onde decorria a reunião, com cartazes de apoio à candidatura de Mondlane.

Venâncio Mondlane, que não foi convidado para a reunião, exigiu numa carta aberta que o órgão reprove a proposta de perfil de candidato à presidência do partido, considerando que viola os estatutos. Três militantes já anunciaram a intenção de concorrer à liderança da Renamo, num ano em que Moçambique realiza eleições gerais, incluindo presidenciais.