Politica Acordo com Credit Suisse: Maleiane defende negociação como melhor solução

Acordo com Credit Suisse: Maleiane defende negociação como melhor solução

O Primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, defendeu a negociação com o Credit Suisse como a melhor solução para o pagamento das dívidas ocultas.

Maleiane reagiu à recente revelação de que Moçambique pagou 143 milhões de dólares ao banco suíço e aos bancos moçambicanos para encerrar o processo judicial em torno do empréstimo de 600 milhões de dólares para a compra de embarcações para a ProIndicus.

Maleiane salientou que não havia outro caminho senão negociar com o Credit Suisse, considerando que a alternativa seria um processo judicial longo e incerto, com custos potencialmente mais elevados para o país. O Primeiro-ministro negou que o acordo extrajudicial viole a decisão do Conselho Constitucional de anular os empréstimos das dívidas ocultas, argumentando que a anulação não implica automaticamente na extinção das obrigações de Moçambique.

Questionado sobre a alegada intenção da África do Sul de prescindir da energia de Cahora Bassa por considerá-la cara, Maleiane disse não ter conhecimento dessa informação.

As declarações de Maleiane geraram reações mistas. Alguns analistas consideram que o acordo com o Credit Suisse foi a melhor solução para o país, enquanto outros criticam o pagamento de uma quantia significativa para encerrar um processo judicial que envolveu irregularidades.

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Em 2013, o Governo de Moçambique contraiu empréstimos de cerca de 2 mil milhões de dólares com bancos internacionais, incluindo o Credit Suisse, para financiar projetos de desenvolvimento marítimo. O processo foi envolto em secretismo e irregularidades, levando à anulação dos empréstimos pelo Conselho Constitucional em 2019.

O pagamento de 143 milhões de dólares ao Credit Suisse representa um impacto significativo nas finanças públicas de Moçambique. O país enfrenta uma série de desafios económicos e sociais, incluindo a pobreza,