Destaque Renamo apresenta medida cautelar ao Tribunal Administrativo

Renamo apresenta medida cautelar ao Tribunal Administrativo

O candidato da Renamo em Maputo nas eleições autárquicas submeteu  uma medida cautelar ao Tribunal Administrativo, solicitando que este órgão intime o Conselho Constitucional a esclarecer a alegada fraude eleitoral.

“Apresentamos uma solicitação ao Tribunal Administrativo para que intime o Conselho Constitucional a pronunciar-se sobre o pedido de esclarecimento da Renamo”, declarou Venâncio Mondlane, logo após submeter o documento.

O pedido de esclarecimento foi submetido a 27 de novembro e, segundo Venâncio Mondlane, o principal partido de oposição ainda não obteve resposta do Conselho Constitucional (CC).

“Já se passaram quase 40 dias e, de acordo com o código do processo civil, este pedido da Renamo deveria ter sido respondido em cinco dias. O CC está a violar os procedimentos relativos a esta questão”, disse Venâncio Mondlane.

O documento foi entregue na sede do Tribunal Administrativo, na capital de Moçambique, onde pelo menos três carros blindados e forças policiais fortemente armadas foram posicionados, bloqueando os principais acessos para prevenir possíveis manifestações em frente ao edifício.

No total, a Renamo submeteu 14 pedidos contra os resultados das eleições de 11 de outubro, mas, de acordo com Venâncio Mondlane, nenhum teve resposta.

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“Até este momento, não recebemos qualquer resposta aos 14 pedidos submetidos pela Renamo”, enfatizou Venâncio Mondlane, acrescentando que o partido também irá apelar a outras organizações internacionais, incluindo a Human Rights Watch, denunciando alegados abusos dos direitos humanos durante o processo eleitoral.

Desde a divulgação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Venâncio Mondlane liderou cerca de 50 marchas de protesto contra os resultados eleitorais, registando-se pelo menos dois incidentes que resultaram em confrontos entre os apoiantes do partido e as forças policiais, levando à detenção de algumas pessoas.

As sextas eleições autárquicas, onde a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) foi declarada vencedora em 60 das 65 autarquias, foram fortemente contestadas pela oposição, que não reconheceu os resultados oficiais, e pela sociedade civil, alegando uma “megafraude”.

A Renamo alega ter vencido nas maiores cidades do país, incluindo Maputo, com base numa contagem paralela através das atas e editais originais, mas foi declarada vencedora em apenas quatro municípios, metade do número anteriormente detido, enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política parlamentar, manteve o município da Beira.