A Renamo acusou a Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser “marionete” da Frelimo, depois de esta ter rejeitado as queixas do partido contra o Conselho Constitucional e o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Em declarações à imprensa, a mandatária da Renamo, Glória Salvador, disse que a resposta da PGR é “vazia e sem argumentos” e que não faz sentido que diga que o Conselho Constitucional é um órgão irrecorrível, visto que este também não seguiu o que está preconizado na lei.
“O Ministério Público, quando diz que não há motivos, que não há formalidades, nós dizemos que é mentira porque há formalidades, sim; o CC não pode violar a lei e ficar assim e o CC solicitou da CNE editais originais e a CNE levou cópias e ainda assim o CC pulou por cima, e agora a PGR está a carimbar a mesma situação, isso é estranho”, disse, indignada.
Em relação à resposta sobre a queixa contra o Comandante-Geral da PRM, Glória Salvador referiu que o pedido de desculpas era um ensaio, para que a PGR não visse o problema no que ele fez durante as eleições. Para a mandatária da Renamo, a atitude da PGR mostra que quem manda é a Polícia e não os órgãos eleitorais.
“Nós sabemos que quem manda aqui não são as leis, é alguém que é o número um do partido Frelimo, que dá ordens a todos, mas temos fé de que a sociedade toda está a assistir ao que está a acontecer e, um dia, vai reagir”, disse.
A Renamo submeteu queixas contra o Conselho Constitucional, o Comandante-Geral da PRM, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e a televisão pública. A mandatária do partido diz que já imagina que as respostas serão iguais, pois considera que as instituições vão de mal a pior.
“Não vamos deixar a Frelimo fazer e desfazer e a PGR tem de se colocar no seu lugar, não pode fazer apenas o que a Frelimo quer”, disse.
Glória Salvador também reagiu à prisão domiciliária dos edis de Nampula e Nacala-Porto, eleitos pela Renamo, e disse que esta é a prova de que as leis não funcionam, uma vez que a própria PGR não as respeita.
“Os edis foram eleitos pelo povo e o que vem da eleição deve ser respeitado, mas a Frelimo colocou-os na cadeia; a Renamo fez foi ter com a PGR para ter explicações do que aconteceu e lá foi-nos dito que houve um mal-entendido entre eles e que, em breve, resolveria o assunto, mas já sabemos que não depende da PGR, mas de alguém lá, na Frelimo.”
A Renamo diz que não vai desistir e ainda vai reunir-se para ver que outros caminhos usar para continuar a reivindicar o que chama de “verdade eleitoral”.