Politica Assembleia da República debate revisão do pacote eleitoral na nona sessão ordinária

Assembleia da República debate revisão do pacote eleitoral na nona sessão ordinária

Os deputados da Assembleia da República de Moçambique voltam a reunir-se entre 22 de fevereiro e 30 de maio, na nona sessão ordinária do Parlamento.

Entre as matérias a serem debatidas, destaque para a revisão do pacote eleitoral, a proposta de lei da liberdade religiosa e a ratificação do acordo de extradição entre Moçambique e Ruanda.

A revisão do pacote eleitoral é uma das principais prioridades do Parlamento. A proposta de lei, apresentada pelo Governo, prevê alterações a três leis: a Lei Eleitoral, a Lei das Eleições Autárquicas e a Lei das Eleições Legislativas.

Uma das alterações propostas pela Frelimo, partido no poder, é a mudança da forma como se substitui o governador eleito em caso de impedimento. Atualmente, o governador é substituído pela pessoa que segue na lista vencedora. A Frelimo quer que haja liberdade de se escolher qualquer outra pessoa que conste da lista.

Outra alteração proposta pela Frelimo é a redução do número de assinaturas necessárias para a apresentação de candidaturas às eleições autárquicas.

Atualmente, são necessárias 100 assinaturas para a candidatura a presidente do município e 50 assinaturas para a candidatura a vereador. A Frelimo quer reduzir este número para 50 assinaturas para a candidatura a presidente do município e 25 assinaturas para a candidatura a vereador.

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A proposta de lei da liberdade religiosa é outro tema que vai a debate na nona sessão ordinária do Parlamento. A proposta, apresentada pelo Governo, prevê a criação de um Conselho Nacional de Liberdade Religiosa, que terá a função de supervisionar o cumprimento da lei.

A proposta de lei diverge os vários actores, com as entidades religiosas a entenderem que se pretende limitar a sua liberdade.

A Assembleia da República também vai debater a ratificação do acordo de extradição entre Moçambique e Ruanda. O acordo foi assinado em 2023 e prevê a extradição de pessoas acusadas de crimes graves.

O acordo tem sido criticado por alguns partidos da oposição, que entendem que pode ser usado para perseguir opositores políticos.

Além das matérias mencionadas acima, a Assembleia da República também vai debater a informação do procurador-geral da República, as informações do Governo, as perguntas ao Governo, as informações da Comissão de Petições, Queixas e do Gabinete de Prevenção e Combate ao HIV e SIDA.