“Estes são três passos para a continuação das hostilidades”, disse esta terça-feira, o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dimitri Peskov, referindo-se ao chamado plano de “Três Passos” para a paz e citado pela agência noticiosa russa Interfax.
Peskov sublinhou que uma retirada militar da Ucrânia “é inviável” e argumentou que a Ucrânia “tem de aceitar a realidade que surgiu” nos últimos anos.
“Existem realidades que ocorreram devido à política seguida pela liderança ucraniana e pelo atual regime ucraniano nos últimos 15 a 20 anos”, referiu o porta-voz.
“Essas realidades indicam que a Rússia tem novos integrantes que surgiram como resultado de referendos nesses territórios. Sem levar em conta essas realidades é impossível fazer progressos”, argumentou, referindo-se à decisão de Moscovo de anexar em setembro as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, parcialmente ocupadas como parte da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.
Proposta de Zelensky
Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a proposta prevê a entrega de mais armamento pelos parceiros de Kiev para “encurtar a agressão russa”, para poder também alcançar estabilidade financeira e social em 2023 e uma “nova diplomacia” que levará a um processo de negociações para “travar a agressão russa”.
“A Ucrânia liderou sempre o processo de negociação e fez todo o possível para impedir a agressão russa. Agora sentimos que está mais próxima a oportunidade de usar a diplomacia para conseguir a libertação de todos os nossos povos e de todos os nossos territórios”, afirmou Zelensky num comunicado da Presidência ucraniana.
Nesse sentido, propôs a realização de uma “cimeira especial” do G7 (o grupo dos sete países mais ricos) para “determinar como e quando os pontos da Fórmula da Paz Ucraniana podem ser aplicados”.
Zelensky também pediu aos líderes do G7 que “demonstrem liderança na aplicação da fórmula da paz na totalidade ou em alguns pontos específicos em particular”.