As autoridades da província de Sofala, centro do país, disseram na última sexta-feira, 02 de Setembro, que proprietários estrangeiros de postos de venda de combustível abandonaram o país, após acusações de que alguns operadores deste sector estão envolvidos no financiamento ao terrorismo.
No último dia 22, o Presidente da República, Filipe Nyusi, denunciou a existência de proprietários de postos de venda de combustível na província de Sofala que usam o negócio para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte.
“Há proliferação de bombas de combustíveis na vossa província, não estou a proibir. Mas que usem métodos legais […]. Nós temos informações de pessoas que usam estes meios para subsidiar o terrorismo”, declarou o chefe de Estado moçambicano.
Na sequência dessas acusações, a secretária de Estado da província de Sofala, Stela Pinto, disse na última sexta-feira à comunicação social que alguns empresários estrangeiros do sector deixaram Moçambique por razões desconhecidas.
“Há indicações de que alguns fugiram”, declarou Pinto.
Aquela dirigente avançou que as autoridades estão a investigar as razões que levaram os referidos empresários a deixar o país.
A secretária de Estado na província de Sofala alertou para o risco de generalização de suspeitas de patrocínio ao extremismo violento, observando que as acusações do Presidente da República visaram alguns donos de postos de venda de combustível e não todos os operadores do ramo.
“Há a tendência de generalizar”, porque surgem postos de venda de combustível com “tanta facilidade” e a “fazer lucros”.
A maioria dos empresários, prosseguiu, são parceiros de desenvolvimento social e económico de Moçambique e não podem ser vítimas de suspeição infundada.
O tema de financiamento ao terrorismo em Moçambique ganha relevo no país, devido à atuação de grupos armados associados ao extremismo que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte do país.