Destaque Liderança da Renamo acusada de marginalizar família Dhlakama

Liderança da Renamo acusada de marginalizar família Dhlakama

Mais uma vez a liderança do partido Renamo emcabeçada por Ossufo Momade está a ser alvo de contestação por parte de alguns membros do partido, a direcção liderada por Ossufo Momade e André Majimbiri é acusada de falta de transparência no processo de eleição de Maria Celeste Canchite como nova presidente daquele Liga da Mulher da Renamo, em substituição de Maria Inês Martins.

Isso porque segundo avançou o Evidências na sua edição online de 05 de Maio, Rosária Dhlakama, viúva do falecido e mítico líder do partido, Afonso Dhlakama, que também era candidata ao cargo, após a submissão da sua candidatura não recebeu o respectivo protocolo, muito foi informada do estado do seu processo, até o dia da partida à cidade da Maxixe, província de Inhambane, local da conferência, em que acabou ficando em terra com malas na delegação do partido, enquanto os outros já haviam partido, sem sequer ter sido avisada.

Contactada, a comissão eleitoral diz que a sua candidatura foi desqualificada porque ela não tinha cartão de membro, não pagava cotas e nunca desempenhou um cargo de chefia.

Os membros que apoiavam a sua candidatura acusam a direcção do partido de ter “montado” uma equipa que se encarregou de desenformá-la sobre a hora da partida, tendo em vista evitar que ela seguisse viagem para o local da conferência.

“Como promotores da democracia, o que aconteceu não nos dignifica. Não custava nada dizer que ela não vai, em vez de mandar vir, enquanto sabiam que ela não viajaria, e ter que ficar na sede com pastas, enquanto os outros haviam saído”, repudiou uma das apoiantes.

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O Evidências procurou esclarecimento da direcção do partido. Contactado, o secretário-geral, André Majimbiri, disse não ser a pessoa certa para se pronunciar, tendo indicado a deputada Angelina Enoque.

Contactada pela nossa equipa de reportagem, Angelina Enoque, que esteve à frente do processo, fez saber que a candidata Rosária Dhlakama não reunia requisitos para ser seleccionada, por não ter cartão de membro, não ter a situação de cotas em dia e nunca ter assumido cargo de chefia no partido. No entanto, não conseguiu explicar por que razão esta não foi informada da situação da sua candidatura.

“Ela não tinha cartão de membro, não pagava cotas e nunca chefiou no partido. Com isso, não reunia requisitos para que a candidatura dela fosse aceite”, disse Angelina Enoque, que, quando questionada sobre falta de comunicação, escusou-se a pronunciar-se, alegando que não compete a ela falar em torno do assunto, mas reconheceu a falha de comunicação.

Maria Canchite, que é deputada da Assembleia da República e delegada provincial em Sofala, venceu o escrutínio com cerca de 102 votos, contra 08 de Marta Boas Matavel, 06 de Helena António da Silva e 02 votos em branco.