Internacional Minneapolis declara estado de emergência depois de manifestantes incendiarem esquadra

Minneapolis declara estado de emergência depois de manifestantes incendiarem esquadra

A noite foi de caos na cidade do estado do Minnesota: uma esquadra incendiada, outra evacuada, mais 30 incêndios. Manifestantes protestam contra morte de Floyd. Repórteres da CNN foram detidos.

Manifestantes indignados com a morte de George Floyd, um afro-americano que morreu sob custódia policial, invadiram uma esquadra da polícia em Minneapolis e incendiaram o local, disseram as forças de segurança. Enquanto fazia a cobertura dos protestos, uma equipa de repórteres da CNN foi detida no local.

A polícia do Minnesota deteve esta sexta-feira Omar Jimenez durante a transmissão dos protestos em direto em Minneapolis, apesar de o repórter da CNN se ter identificado e dito que a equipa podia deslocar-se para outro local, se fosse necessário, para “sair do caminho” da polícia, avançou o canal.

A equipa do repórter, o produtor e o operador de câmara, também foram detidos, após a polícia ter apreendido o seu material. Entretanto, a equipa já foi libertada. “Deu-me um pouco de conforto saber que estavam a ver o que estava a acontecer (…) o país estava a ver o que estava a acontecer ao vivo mesmo à sua frente”, disse Omar Jimenez à CNN depois de ser libertado.

O canal criticou a detenção, no Twitter, dizendo que a polícia violou direitos e pedindo a libertação dos jornalistas.

Segundo avançou a CNN, o governador do Minnesota, Tim Walz, disse ao canal que “lamenta profundamente” o que aconteceu. Walz considera as detenções “inaceitáveis” e diz que os repórteres têm todo o direito de estar ali.

Um porta-voz da polícia da cidade confirmou que a esquadra incendiada, situada perto do local onde Floyd morreu, e onde a equipa foi detida, foi evacuada “no interesse da segurança do pessoal”. O incidente deu-se pouco depois das 22h de quinta-feira (5h desta sexta-feira em Lisboa). Num vídeo divulgado online, um grupo de pessoas entra no edifício, fazendo disparar os alarmes de incêndio e os aspersores usados no combate às chamas.

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A Guarda Nacional do Minnesota mobilizou 500 soldados para St. Paul, em Minneapolis, para  “proteger a vida, preservar a propriedade e o direito a protestos pacíficos”, anunciou.

A polícia de St. Paul confirmou que mais de 170 negócios foram afetados pelos protestos. A cidade do estado do Minnesota registou ainda três dezenas de incêndios noutros locais e o saque de várias lojas, a maioria perto do local onde Floyd morreu. Num centro comercial em frente à terceira esquadra, as montras de quase todas as lojas foram estilhaçadas, com manifestantes a atirarem manequins de uma loja saqueada para dentro de um automóvel em chamas, em cenas de violência que se multiplicaram noutras partes da cidade.

Dezenas de empresas em Minneapolis entaiparam as montras na quinta-feira, num esforço para evitar pilhagens, com a cadeia de lojas Target a anunciar o encerramento temporário de duas dúzias de estabelecimentos na zona. As autoridades da localidade encerraram a maioria dos transportes no domingo passado, por razões de segurança.

Os protestos contra a morte de George Floyd, que entraram no terceiro dia consecutivo, alastraram-se também a St. Paul, capital do estado do Minnesota, com a polícia a tentar impedir o saque de lojas e os bombeiros a serem chamados para combater incêndios.