Cabo Delgado, a província nortenha de Moçambique, tem sido alvo ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista e que já mataram 500 pessoas nos últimos dois anos e meio.
O governo moçambicano vai elaborar um relatório sobre o ataque em que um grupo armado insurgente matou 52 residentes da aldeia de Xitaxi, Cabo Delgado, a 8 de abril, anunciou esta quarta-feira em comunicado.
“As Forças de Defesa e Segurança (FDS), para melhor perceberem as circunstâncias em que este bárbaro massacre aconteceu, destacaram uma equipa de especialistas que já se encontra no terreno a fazer a avaliação e produzir um relatório para os moçambicanos e o mundo inteiro entenderem a ocorrência de Xitaxi”, lê-se no documento.
O ministro do Interior de Moçambique, Amade Miquidade, considerou na terça-feira que as 52 mortes foram uma forma de retaliação contra as baixas infligidas pelas FDS junto dos membros do movimento insurgente. O governante detalhou que as forças moçambicanas abateram em abril um total de 129 “terroristas” na província de Cabo Delgado.
A província nortenha de Moçambique vê-se a abraços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista e que já mataram, pelo menos, 500 pessoas nos últimos dois anos e meio. As autoridades moçambicanas contabilizam 162 mil afectados pela violência armada naquela província.
No final de Março, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas por um grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das FDS.
Na ocasião, num vídeo distribuído na Internet, um alegado militante “jihadista” justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objectivo de impor uma lei islâmica na região.
Foi a primeira mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.