A ronda 99 do diálogo político entre o governo e a Renamo realizada nesta segunda-feira serviu para a “troca de charme” na imprensa por parte das duas delegações, sendo que em termo das matérias discutidas não houve nenhum avanço.
Até ao momento, as partes vêm divergindo no ponto colocado pela Renamo, que versa sobre a despartidarização do Estado, concernente à proibição do Presidente da República e outros servidores públicos em exercer actividades político-partidárias no período normal de expediente, desmilitarização, integração nas FADM e PRM, reintegração social e económica dos homens residuais da perdiz.
Segundo o chefe da delegação do governo, José Pacheco, esta exigência não faz qualquer sentido, uma vez que o Presidente da República terá a tarefa de se deslocar às províncias para ver o grau de implementação do Plano Quinquenal do Governo, bem como outras acções que fazem parte do seu manifesto eleitoral.
O cenário que tem se verificado nos últimos dias, nas rondas do diálogo é a frequente troca de acusações entre as partes, sendo que no que tange aos pontos pertinentes inseridos no plano, não há avanços.
Por exemplo, nas últimas quatro rondas, as partes vêm trocando acusações de movimentar homens armados e para o encontro de ontem, a Renamo veio reclamar de injustiça.
Por sua vez, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, exortou ao governo a entender que a despartidarização da administração pública passa pela proibição do exercício de actividades político-partidárias por parte dos agentes do Estado.