A delegação da Renamo, chefiada por Saimone Macuiane, nas negociações da cessação das hostilidades militares, acusou, nesta segunda-feira, o governo de movimentar o exército nas zonas de “conflito”. E o executivo diz que as FDS podem circular em qualquer parte territorial com vista a manter a ordem e tranquilidade públicas.
Segundo a Renamo, através de Saimone Macuiane, o Governo estaria a violar o acordo de cessação das hostilidades militares, ao tomar novas posições das Forças de Defesa e Segurança (FDS) nas zonas de “conflito”, desde o presente ano.
“O governo está a violar o acordo sobre a cessação das hostilidades militares rubricado no ano passado. Há novas posições em várias províncias, indicando em primeiro lugar a posição que está na província de Inhambane que é uma nova, foi montada neste mês de Janeiro; na província de Sofala, temos em Chipunga, Posto Administrativo de Marromeu e Caia, Muxúnguè; em Manica, Sussundenga e indicamos também a situação de novas posições na província de Tete”, acusou Macuiane, acrescentando que todas as movimentações foram feitas em Janeiro corrente.
Por seu turno, o chefe da delegação do governo, José Pacheco, defendeu o executivo salientando que não há matéria consistente capaz de consubstanciar uma violação, “porque as nossas FDS têm a responsabilidade de garantir a integridade do território e garantir a ordem e segurança pública”, sublinhou Pacheco.
No entanto, Pacheco reiterou que em nenhum momento houve uma acção contra qualquer cidadão e muito menos para uma formação política. “Entendemos que as questões apresentadas pela Renamo não violam nenhum acordo”, declarou.
Refira-se que as duas delegações falavam durante a ronda 92, em torno do diálogo político para a cessação das hostilidades militares no país, caracterizada mais uma vez, por um insucesso no terceiro ponto que versa sobre a integração dos homens residuais da Renamo nas FDS e Polícia da República de Moçambique (PRM).