Sociedade Meio Ambiente Mineração ilegal drena recursos e destrói ambiente

Mineração ilegal drena recursos e destrói ambiente

Os distritos que têm sido alvo dos ilegais em Tete são os da Marávia e Angónia e um pouco o de Changara onde procuram, sobretudo o ouro e pedras preciosas e semi-preciosas. Estão envolvidos cidadãos do Malawi, zimbabweanos, malianos, senegalenses e guineenses.

Pelo facto de estarem muitas vezes entre a população local e em constante movimento, fica difícil conhecer a nacionalidade deles mas, em trabalhos feitos recentemente, foram encontrados também alguns tanzanianos.

“O objectivo deles não é a utilização desses recursos a nível interno. A avaliarmos pelo número de estrangeiros presentes na actividade, poderíamos ter a noção quanto é drenado para fora e quanto o país perde. Estão constantemente em movimento. Já tivemos 3000 homens concentrados num acampamento e que se deslocaram para outro local quando detectados. Não se sabe exactamente quando é que se fazem para fora do país e quando é que entram. O esforço deles é de se esconderem o quanto possível daí a dificuldade de avaliar quanto o país perde em receitas e quanto estaríamos a ganhar”, disse a-propósito o director provincial dos Recursos Minerais e Energia em Tete, Manuel Sithole.

De acordo com o nosso interlocutor, as autoridades têm feito esforços no sentido de que se faça uma actividade consentânea com as regras ambientais praticáveis para a actividade mineira, mas a situação é preocupante devido à avalanche dos operadores ilegais.

Porque não usam as práticas recomendadas, o aproveitamento no que se refere ao ouro tem sido mínimo em termos de quantidade e qualidade mas, em contrapartida, verifica-se a destruição dos solos, da paisagem, vegetação e poluição dos rios devido à lavagem da terra, situação que pode ser vista na região de Biribíri e um pouco em Changara.

“No que se refere às pedras preciosas tem tido resultados porque fazem escavações profundas, mas envolve muito risco porque não são observadas regras elementares de segurança”, indicou Sithole.

Segundo a nossa fonte, na medida em que as autoridades fazem a sensibilização dos operadores legalizados sobre as boas práticas na mineração, encontram a afronta dos que estão na ilegalidade.

“Não deixamos de considerar que há um trabalho positivo considerando as actividades em curso para colmatar esta situação”, defendeu.

Para além da sensibilização para as boas práticas dos garimpeiros, numa segunda fase está-se a trabalhar para a criação de associações para que os nacionais possam beneficiar do apoio do Governo, facto que pode minimizar o garimpo ilegal.

Os nacionais associados e que contam com o apoio do Governo, melhoraram as práticas e os seus rendimentos tendem a crescer.

“Temos visto que muitos deles deslocam-se com recurso a motorizadas e têm casas melhoradas”, indicou.

Conforme apontou, já existem algumas associações de garimpeiros na província, mas o processo tem conhecido um revés porque nem todos aderem ao programa porque pensam que podem haver muitos oportunistas.

“Muitas vezes o receio é de que no final da época alguns garimpeiros poderão estar a beneficiar do esforço dos outros sem produzir. O objectivo do nosso trabalho é eles perceberem a importância duma associação porque poderão ter acesso a formação e ao equipamento para melhorarem a produção e nós saberemos onde ir buscar as receitas. Dificilmente conseguimos fazer isso estando eles dispersos”, apontou.

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