Sociedade Meio Ambiente Urgente operacionalização de sistemas alternativos

Urgente operacionalização de sistemas alternativos

Chale explicou estarem ainda em curso algumas obras (associadas ao empreendimento de reabilitação da barragem, que entretanto se encontra na fase final de execução), tais como as de construção de tanques elevados, a da conduta, expansão e modernização da rede de canalização (numa extensão de 42 quilómetros) e da estação de tratamento.

De referir que a obra de construção da estação de tratamento de água que será bombeada pela Barragem de Nacala, está paralisada desde final da semana, na sequência da decisão do Governo de suspender o consórcio indiano (Tecnofab-goon), por ter se revelado incapaz de executar a empreitada, avaliadas em 18 milhões de dólares.

Já que se aproxima a época seca, cujo pico crítico vai de Setembro a Janeiro, a edilidade está a intensificar esforços visando a operacionalizações dos sistemas alternativos de abastecimento de água àquela urbe, alimentados pelos furos subterrâneos de Mtuzi e Mpaco.

Com efeito, o Fundo de Investimento e do Património de Abastecimento de Água (FIPAG) está a investir pouco mais de 10 milhões de dólares norte-americanos em obras de operacionalização dos sistemas de furos subterrâneos de captação de água de Mtuzi e Mpaco, localizados nos arredores da urbe.

Com capacidades testadas de fornecer cerca de 10 mil metros cúbicos de água/dia (cada metro cúbico equivale a mil litros de água), os dois sistemas de furos subterrâneos de captação de água, serão equipados de electrobombas de maior potência, em substituição das actuais, construção de duas condutas adutoras de 300 milímetros (para Mpaco) e 200 milímetros (para Mutuzi).

Segundo Castigo Cossa, director do FIPAG em Nacala, “se tudo correr segundo o previsto, até Agosto próximo teremos os dois sistemas de furos conectados à rede principal de abastecimento de água à cidade de Nacala-Porto ”.

Com este projecto, pretende-se reduzir a forte dependência da cidade de Nacala-Porto com relação à actual barragem de abastecimento de água à urbe, localizada sobre o rio Muecula, no distrito de Nacala-à-Velha, susceptível de seca em épocas de baixa precipitação pluviométrica.

De referir que os furos subterrâneos de Mpaco e Mutuzi, foram descobertos no ano de 2005, aquando da grave crise de água na cidade de Nacala-Porto.

Um estudo realizado na época pela Direcção Nacional de Águas (DNA) do Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), concluiu que Nacala-Porto tinha e continua a ter escassez de recursos hídricos.

Maior parte da rede hidrológica, constituída por lagoas e nascentes e que podem constituir alternativa ao abastecimento de água a Nacala-Porto, estão concentrados nos distritos vizinhos de Nacala-à-Velha e Mossuril.

No âmbito da Zona Económica Especial de Nacala (ZEEN), vários projectos têm vindo a ser instalados nos distritos de Nacala-Porto e na vizinha Nacala-à-Velha, em Nampula, empreendimentos que têm feito com que o Governo invista em infra-estruturas de provimento de serviços básicos, como é o caso de água.

Os empreendimentos que consomem e/ou poderão consumir maior quantidade de água são a Bacreza, Aeroporto Internacional de Nacala, fábrica de fundição de ferro, de refinação de óleos e a Vale Moçambique.

Segundo as estatísticas do Fundo de Investimento do Património de Abastecimento de Água (FIPAG), estas unidades necessitarão cada uma, de cerca de 250m3 de água/dia.

Sobre a matéria, o director do FIPAG em Nacala-Porto, Castigo Cossa, garantiu existir água para satisfazer à demanda doméstica de consumo bem como de projectos de desenvolvimento que têm vindo a estabelecer-se naquela região.

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