Segundo a fonte, inicialmente o governo tinha-se comprometido a asfaltar apenas cinco quilómetros da estrada de Muidumbe devido à exiguidade de fundos, mas o empreiteiro que ganhou a obra prontificou-se a alcatroar todo o troço que corresponde os 21 quilómetros, na perspectiva de vir a receber o remanescente logo que o executivo tiver disponibilidade para tal.
O delegado da ANE disse que as obras deviam ser executadas de forma faseada, ou seja, cinco quilómetros por ano, devido a exiguidade orçamental, por esta razão, o governo desembolsou apenas 30 milhões de meticais dos cerca de 75 milhões necessários para asfaltar apenas 5 km daquela rodovia e explicou que no passado tinham sido libertos fundos para alcatroar apenas em alguns locais do troço considerados mais críticos.
“Felizmente a empresa que ganhou o concurso se predispôs em reabilitar toda rodovia, mesmo consciente de que este ano vai receber apenas 30 milhões de Meticais disponíveis pois o remanescente poderá receber oportunamente. Neste momento, o empreiteiro está no terreno e os trabalhos estão a decorrer normalmente e esperamos que sejam concluídos dentro dos prazos estabelecidos”- afirmou Correia.
Por outro lado, as obras de reabilitação da estrada Namaua, distrito de Mueda/Nangade, num troço de cerca de 74 quilómetros iniciou há cerca de três anos mas as mesmas haviam parado devido à falta de fundos e neste momento o governo provincial decidiu reabilitar de forma faseada, sendo que neste ano foram desembolsados 85 milhões de Meticais para asfaltar 13 dos 37 quilómetros que restam daquela estrada, que dá acesso à sede distrital daquela região administrativa de Cabo Delgado.
O administrador distrital de Nangade, Melchior Focas, disse ao nosso jornal que o troço de 37 quilómetros que falta por reabilitar constitui um autêntico “bico de obra” em termos de transitabilidade, sobretudo no tempo chuvoso, tendo adiantado que uma vez asfaltado, permitirá que as condições de transporte de pessoas e bens, aconteça sem sobressaltos.
Para além das estradas Chitunda/N’tchinga e Namaua/Nangade, outras rodovias em reabilitação de tipo asfaltagem, são as de Macomia/Awasse, Mocímboa da Praia/Namoto, todas na zona norte de Cabo Delgado e a de Montepuez/Ruassa, que liga esta província a do Niassa e que encontra-se paralisada devido a alegadas dificuldades do empreiteiro que promete retomar ainda antes do fim deste ano. De acordo com dados da ANE, estas três grandes empreitadas vão custar pouco mais de 5.783 milhões de meticais financiados pelo governo central e seus parceiros.
“As obras da estrada Montepuez/Ruassa iniciaram em Outubro de 2011 mas um ano depois foram parcialmente suspensos devido a atrasos de pagamentos, derivados de erros persistentes efectuados na elaboração dos certificados interinos de pagamentos por parte do empreiteiro. Tinham sido retomados em Fevereiro deste ano depois de outras paralisações, mas desde Março, encontram-se novamente interrompidas” -disse Correia.
Refira-se que, a rede viária da província de Cabo Delgado é de 3.665 quilómetros, dos quais 2.927 é classificada, sendo 417 quilómetros da rede primária, 365 da secundária, 1.723 da terciária, bem como 422 vicinais e 738 não classificadas. Do total de extensão de estradas, 634 são asfaltadas e 3.031 não revestidas, o que corresponde a 17 e 83 por cento respectivamente. Como se pode depreender, a maior parte dos troços rodoviários, não estão alcatroadas, tornando assim vulneráveis a degradação durante a época chuvosa.
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