A nossa Reportagem, que escalou há dias aquela região, viu matas que foram arrasadas pelo fogo e nuvens de fumo que cobrem quase por completo o céu por causa das queimadas, mas o administrador distrital de Meluco, José Kalime, minimizou o fenómeno, afirmando que há tendência de redução nos últimos dias.
Kalime afirmou que, apesar de ainda existirem pessoas que continuam a queimar a floresta, nos últimos dias nota-se uma ligeira diminuição da sua acção. Afirmou que comparativamente aos anos passados há uma sensibilidade da população em relação à preservação do ambiente, devido ao trabalho que o seu Executivo tem realizado junto das comunidades.
Segundo Kalime, num passado muito recente não era possível ver por estas alturas um único arbusto com folhagem verde porque as queimadas iniciavam nos finais do mês de Maio, o que actualmente não está a acontecer com frequência naquela região administrativa de Cabo Delgado. Acrescentou ainda que ao nível das comunidades locais os líderes comunitários tomam iniciativa de também sensibilizar os membros dos aglomerados populacionais para abandonarem esta prática.
“Nós trabalhamos também com os líderes comunitários e responsabilizamo-los a controlarem a sua área e saber quem são as pessoas que habitualmente queimam a floresta, por isso não temos casos de muitas queimadas descontroladas como acontecia anteriormente. A nível de todo este distrito a localidade de Mitepo ocupava um lugar de destaque no que tange às queimadas, mas hoje este fenómeno tende a reduzir drasticamente”, afirmou Kalime.
O nosso entrevistado disse, por outro lado, que paralelamente à acção do Governo que visa sensibilizar as comunidades através dos líderes comunitários, o Parque Nacional das Quirimbas também está na luta pela preservação da floresta. Grande parte do distrito de Meluco está no interior daquela área de conservação, havendo um trabalho que é feito pelos fiscais que controlam toda área.
José Kalime fez saber que há dois anos mais de 20 casas da localidade de Mitepo pegaram fogo e que muita gente perdeu a sua produção nos celeiros em consequência das queimadas descontroladas, um cenário que o nosso entrevistado disse não querer que se repita.
Perguntado pela nossa fonte se alguma vez terá sido punido alguém que tenha sido encontrado a queimar a floresta o nosso interlocutor respondeu negativamente, mas afirmou que “todas pessoas sabem que quem for encontrado a queimar a mata pode parar na cadeia”.
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