Sociedade Meio Ambiente Administração de anti-retrovirais: OMS emite novas orientações

Administração de anti-retrovirais: OMS emite novas orientações

Em concreto, a OMS recomenda que as pessoas infectadas com o HIV comecem mais cedo a terapia anti-retroviral, já que as mais recentes evidências indicam que iniciar mais cedo aquele tratamento dá aos pacientes vidas mais longas e mais saudáveis, reduzindo substancialmente o risco de transmissão do HIV a outros. As novas directrizes surgem numa altura em que há 9,7 milhões de pessoas no mundo a fazer terapias anti-retrovirais.

“Estas orientações representam mais um salto em frente numa tendência de objectivos cada vez mais elevados e conquistas cada vez maiores”, disse a directora-geral da OMS, Margaret Chan, citada num comunicado da organização.

“Com quase 10 milhões de pessoas actualmente a receber terapia anti-retroviral, vemos que estas perspectivas – impensáveis há apenas alguns anos – podem dar o fôlego necessário para levar a epidemia de HIV ao declínio irreversível”, acrescentou.

As novas recomendações encorajam todos os países a iniciarem o tratamento em adultos infectados com o HIV quando a sua contagem de células CD4 seja de 500 células/mm3 ou menos, enquanto as orientações anteriores, definidas em 2010, previam a administração da terapia quando a contagem descesse abaixo de 350 células CD4/mm3.

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Noventa por cento dos países adoptaram as recomendações de 2010 e alguns, como a Argélia, a Argentina ou o Brasil, já oferecem o tratamento a partir das 500 células/mm3.

Se os países integrarem estas mudanças nas suas políticas nacionais, suportando-as com os recursos necessários, terão benefícios significativos a nível da saúde pública e individual, alerta a OMS, estimando que a medida permita evitar três milhões de mortes adicionais e prevenir 3,5 milhões de novos casos até 2025.

As recomendações de ontem foram apresentadas no dia de abertura da conferência da Sociedade Internacional de SIDA, em Kuala Lumpur, que a cada dois anos reúne médicos, investigadores, especialistas em saúde pública e líderes comunitários para analisar os desenvolvimentos mais recentes na investigação do HIV e o seu impacto nas respostas globais à SIDA.

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