O facto enquadra-se na preparação da reunião entre os agentes transitários de mercadorias registados em Moçambique e no Malawi.
A nota em nosso poder e assinada pela Alta Comissária de Moçambique em Lilongwe, Maria Mate, com conhecimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Direcção Regional Centro das Alfândegas e da Cornelder de Moçambique, surge na sequência de as fronteiras malawianas conhecerem, nos últimos tempos, um aparente encerramento com mercadorias retidas no Porto da Beira, por falta de garantias bancárias impostas pela implementação da Janela Única Electrónica.
A medida que afecta igualmente os tradicionais operadores do Zimbabwe, Zâmbia e RDCongo tem maior relevância para o Malawi pelo facto de a sua entrada ao mar ser unicamente dependente do Porto da Beira, enquanto outros países recorrem à Durban, na República da África do Sul e Dar-es-Salam, na Tanzânia.
Consequentemente, o Porto da Beira encontra-se superlotado no espaço reservado às importações com mais de 8122 contentores contra os anteriores 1500 a 3000. Ainda ontem, soubemos que as mercadorias retidas por muito tempo pelas impossibilidades do sistema como despesas de armazenagem e linhas de navegação correm o risco de ser vendidas em hasta pública, sendo que as Alfândegas de Moçambique anunciaram, numa primeira fase, entre 500 e 600 contentores.
Para alguns camionistas malawianos, tudo começou depois de duas semanas do Presidente em exercício da SADC, Armando Guebuza, ter visitado o seu território, onde anunciou, na altura, o reatamento das relações comerciais com Moçambique. Por isso, afirmam como inconfessáveis as reais motivações que ditaram o encerramento parcial das suas fronteiras.
Por este motivo, o gerente das Operações e Marketing da Mocargo, Paulo Aquimo, revelou ao nosso Jornal que foi já constituída uma comissão “ad-hoc” dos agentes aduaneiros baseados na capital provincial de Sofala para interagir com as Alfandegas sobre esta problemática. Na oportunidade, precisou que aquele sector do Ministério das Finanças está a buscar sensibilidades nos restantes países da região sobre a matéria.
Em relação ao projectado encontro dos operadores registados em Moçambique e Malawi, a fonte ressalvou que os agentes baseados na Beira não se fizeram presentes ontem em Lilongwe pelo facto de ter recebido a convocatória tardiamente.
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