Trata-se de uma estratégia que visa reduzir o impacto negativo que o pagamento da dívida contraída pelas empresas participadas pelo Estado junto dos bancos comerciais tem nos seus resultados financeiros.
Certas empresas participadas pelo Estado, incluindo a Petromoc, Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), Mozal e a Companhia Moçambicana do Gasoduto (CMG), contraíram empréstimos de longo prazo junto à banca, o que está a condicionar a distribuição de dividendos entre os accionistas.
O presidente do Conselho de Administração do IGEPE, Apolinário Panguene, em declarações sexta-feira ao “Notícias”, em Maputo, incluiu naquele grupo a operadora de telefonia móvel mcel e as Linhas Áreas de Moçambique, frisando que, apesar de apresentarem resultados operacionais positivos, por causa do serviço da dívida, têm que pagar os empréstimos contraídos, o que torna os seus resultados líquidos negativos.
“O que estamos a fazer neste momento é reflectir à volta das alternativas de financiamento para as empresas participadas pelo Estado. Portanto, não deixar que o financiamento se faça apenas através dos bancos, mas tentar encontrar outras formas de financiar, através de uma maior participação do Estado, no capital social da empresa ou eventualmente através de suprimentos que o Estado faça a essas empresas de modo a que não tenham que se endividar dessa maneira”, disse.
O presidente do Conselho de Administração do IGEPE falava à margem de uma visita que o Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, efectuou àquela instituição e às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), com o objectivo de se inteirar sobre o funcionamento das empresas participadas pelo Estado bem como os desafios que enfrentam e as suas perspectivas.
Na ocasião, Vaquina disse haver necessidade de as empresas participadas pelo Estado aumentarem a produtividade para que a sua contribuição na formação do Orçamento do Estado seja cada vez mais substancial para que, com outras receitas, “se resolvam os problemas dos moçambicanos”.
“Estamos naturalmente satisfeitos pelo bom desempenho do IGEPE. Também saímos daqui entusiasmados com as perspectivas de alargamento da carteira de investimentos, nomeadamente com possíveis empresas na área imobiliária para responder à situação actual da falta de escritórios e habitação, mas também na área relacionada com as novas indústrias que derivam da exploração de recursos minerais que o nosso país tem”, disse Vaquina.
Relativamente à LAM, o Primeiro-Ministro disse que a empresa tem níveis de desempenho assinaláveis e que igualmente perspectiva alargar no futuro o universo das suas rotas, “o que depende de investimentos que deverão ser devidamente equacionados”.
Jornal Noticias