Nos últimos três meses, o número de postos de transformação de energia vandalizados na província de Gaza aumentou de 10 para 20, num fenómeno que tem gerado sérios danos ao fornecimento de electricidade.
Somente no distrito de Bilene, mais de 700 famílias encontram-se sem acesso à corrente eléctrica, resultado de incursões criminosas que se intensificaram entre Agosto e Outubro.
A situação de vandalização da rede eléctrica e o roubo de materiais associados estão a atingir proporções alarmantes, afectando localidades como Xai-Xai, Chongoene e Bilene. Um representante das vítimas expressou a gravidade do problema: “Estamos a passar mal, os congeladores estão desligados. O carril está de qualquer maneira. A situação é muito preocupante mesmo.”
Recentemente, a população do bairro do Aeroporto conseguiu surpreender um dos três indiciados, enquanto o quarto membro do grupo conseguiu fugir. O suspeito detido confessou ter sido agredido pela população antes de revelar a localização dos outros dois integrantes. “Fui encontrado pela população com esses cabos de PT. Estou a sangrar porque a população nos torturou à procura da verdade”, relatou.
Durante uma operação policial, foram encontrados vários cabos danificados que tinham como destino a cidade de Maputo. Um dos indiciados admitiu que a vandalização dos postos de transformação era uma forma de roubo, confessando: “Vandalizamos os PTs. E nos encontraram com esses materiais.”
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza revelou que as investigações indicam a presença de uma rede estruturada dedicada ao roubo e à comercialização de material eléctrico, composta por ladrões locais que operam sob um esquema que tem causado terror nas províncias do sul do país. O porta-voz da PRM em Gaza, Júlio Nhamussua, afirmou que a neutralização deste grupo poderá esclarecer outros casos de vandalização.
Nhamussua também salientou que Bilene tem sofrido cortes frequentes de energia devido a actos de vandalismo. Se contabilizados os cinco postes vandalizados no mês anterior, o total chega a 20 postos de transformação afectados nos últimos três meses, com os cabos a serem vendidos a empresas de reciclagem para reaproveitamento de cobre e outros metais. A polícia está em busca de todos os envolvidos nessa actividade criminosa para poderem responder perante a justiça.