Sociedade Meio Ambiente Cabo Delgado – Desafios continuam enormes no PNQ

Cabo Delgado – Desafios continuam enormes no PNQ

A caça furtiva continua a dizimar animais no interior do parque, sendo que, neste período, foram mortos oito elefantes, quatro porcos e dois cabritos selvagens, por caçadores furtivos. Porém, um elefante e um crocodilo, foram abatidos em defesa de pessoas e bens, de acordo com a fiscalização do PNQ, valendo-se de dados da monitoria orientada para a gestão.

O resultado das operações, no quadro de fiscalização envolvendo, não só fiscais do PNQ, bem como elementos ligados às forcas de defesa e segurança e elementos do turismo, são evidentes, embora sejam considerados relativamente suaves quando comparados com tempos anteriores.

O balanço fala de uma arma do tipo carabina, em Ngura, 110 cabos de aço usados para armadilhas, na região de Nicui, 12 redes e três sacos de ráfia, em Arimba e ilha Sitio, oito catanas, três azagaias, dois arcos e flechas e três facas, encontrados em Nampalavala, Mituco, ora depositados nos postos do PNQ, em Biaque e Mareja.

Ainda assim, continua o Parque Nacional das Quirimbas a atrair o interesse de cidadãos de diferentes proveniências, a confirmar o facto de que o turismo representa uma indústria catalisadora para o desenvolvimento da população.

Há dados a indicar que, neste contexto, entraram no PNQ, no período em referência, cerca de 372 turistas, entre nacionais e estrangeiros, tendo sido registadas 1.116 dormidas, que deram origem a uma receita na ordem dos 988.075,00 meticais, correspondentes ao pagamento de licenças especiais, taxas turísticas e licenças de mergulho.

Cabo Delgado - Desafios continuam enormes no PNQ

Para potenciar estas peculiaridades, o PNQ está a incrementar a recolha de dados sobre a taxonomia genética, distribuição de escaravelhos, mapeamento dos santuários marinhos inseridos no cumprimento do memorando de entendimento entre a Universidade Lúrio, frente de Cabo Delgado e aquele organismo ligado à conservação da biodiversidade, na recolha de detalhes sobre a distribuição de insectos, anfíbios e répteis, em Muanona.

Por outro lado, o programa da agricultura de conservação está a ser implementado pelos parceiros do PNQ nos distritos de Macomia, através da Helvetas; Metuge, Quissanga, pela Fundação Aga Khan; Meluco pela Kulima e Ancuabe sob responsabilidade da Associação do Meio Ambiente.

“Os resultados desta actividade indicam que a maior parte dos camponeses adopta a iniciativa, embora haja necessidade de um trabalho contínuo, de modo que a prática seja espontânea. Neste momento, os camponeses implementam a técnica em campos de demonstração de resultados”, refere o documento de auto-avaliação do Parque Nacional das Quirimbas.

Jornal Noticias