Lhamankulo como outros bairros da capital do pais, tem estado a registar um elevado número de crianças órfãs e vulneráveis, situação que motivou o surgimento daquela instituição de beneficência que alberga neste momento 250 crianças em regime aberto.
Com o apoio de diferentes organizações, incluindo a Acção Social, ela garante aos menores as três principais refeições diárias, assegura assistência escolar, saúde, para além de actividades desportivas e culturais.
Em Moçambique, estimam-se que haja 1,6 milhões de crianças que perderam um ou ambos os pais antes dos 18 anos, mais do que a população inteira da cidade de Maputo. Aqueles que ficaram órfãos devido ao HIV/SIDA ascendem a 400.000, embora o Governo não faça a distinção entre crianças tornadas órfãs devido aquela doença ou outras causas.
“Com ou sem a presença do vírus, uma criança órfã é um ser vulnerável, exposto a desafios acumulados: dificuldade em aceder a serviços básicos, como saúde, educação, alimentação, apoio jurídico ou financeiro; escolha limitada de estratégias de sobrevivência e formas de geração de rendimento; tendência para encontrar soluções de saída negativas, como casamentos precoces, prostituição ou trabalhos perigosos”, disse a Ministra da Mulher e da Acção Social, Yolanda Cintura, que recentemente ofereceu diversos produtos, roupa de cama, colchões e material de cozinha, a crianças do distrito Municipal de Lhamankulo, na sua maioria assistidas pela Kandlelo.
A governante reconheceu que o apoio não vai sanar todas as dificuldades, mas vai minimizar algumas, tendo em conta os enormes obstáculos atravessados por estas crianças no seu dia-a-dia, apelando para que outros grupos sociais sigam o mesmo exemplo.