O chefe do posto administrativo de Muhôa, Érbio Chano Sixpence, que falou a-propósito, disse que tudo está a postos, mas o projecto não pode arrancar enquanto não tiver o visto do Tribunal Administrativo que, entretanto, segundo ele, está a registar ligeiro atraso tendo em vista a ansiedade das populações de ter energia a partir da referida barragem.
Disse terem já sido desembolsados os fundos alocados para financiar as obras de construção do empreendimento, no valor de 400 mil dólares norte-americanos, montante disponibilizado pelo Fundo Nacional de Energia (FUNAE), em parceria com a GTZ-AMES, uma agência de cooperação alemã que actua na área de electrificação rural e que opera na província de Manica.
Para além dos fundos, foi já concluindo o estudo de viabilidade e a elaboração do projecto executivo da obra que vai pôr fim à falta de energia eléctrica prevalecente naquela vila. Ao mesmo tempo, já foi lançado o concurso para a execução destas obras, mas o único procedimento que falta é o aludido visto do Tribunal Administrativo.
Érbio explicou que, com este projecto serão garantidas, numa primeira fase, 250 ligações eléctricas abrangendo residências, instituições públicas e privadas, estabelecimentos comerciais e moageiras.
As obras do empreendimento compreendem a construção do açude para a retenção da água, conduta para a canalização da água para a casa das máquinas, uma central com a capacidade de 160 KVA´s, uma linha de transporte, em média tensão para a sede do posto, um transformador e a respectiva rede de iluminação pública.
Neste momento, a população da sede do posto administrativo de Muhôa, avaliada em mais de dois mil habitantes, servem-se de lanternas, candeeiros e de outros meios de iluminação alternativa, uma situação que Érbio Sixpence considera de preocupante, uma vez não garantir uma boa qualidade de vida às populações.
Devido à falta de energia, em Muhôa, Érbio diz haver sérias dificuldades para a conservação dos produtos perecíveis por parte dos residentes daquela povoação que, neste momento, são obrigados a viajar, frequentemente, para a sede do distrito ou outros locais para aquisição destes.
Por outro lado, segundo a fonte, as moageiras laboram sob imensas dificuldades por recorrerem a motores a diesel, o que acarreta elevados custos para aquisição de combustíveis e outros consumíveis para garantir a farinação dos cereais das populações.
Como consequência desta situação, Érbio disse que as populações são obrigadas a suportar os valores relativamente altos que são cobrados pelas moageiras, as quais acabam incluindo nos preços de farinação, os custos derivados dos encargos de combustíveis que, em última instância, são suportados pelo consumidor final.
Com esta rede eléctrica, o chefe do posto administrativo de Muhôa espera que venham a ser ultrapassadas as referidas dificuldades, o que se vai reflectir, positivamente, no desenvolvimento do posto, que poderá entre outros benefícios, introduzir o curso nocturno e melhorar a qualidade de vidas das populações.