Sociedade Meio Ambiente Vítimas das chuvas em Maputo: Famílias reassentadas em terreno conflituoso

Vítimas das chuvas em Maputo: Famílias reassentadas em terreno conflituoso

Os beneficiários constituem o primeiro grupo de agregados, cujas residências foram totalmente destruídas pelas águas das chuvas que caíram na capital durante cerca de três horas, no dia 15 de Janeiro, deixando um rasto de destruição comparado ao do ano 2000.

Agora instalados em centros de acomodação e/ou em casas de parentes, as famílias que durante a próxima semana deverão começar a construir as suas casas no Zimpeto viviam em bairros como Ferroviário, Mahotas, Laulane, Polana-Caniço, Maxaquene, entre outros pontos dos distritos de KaMavota, KaMaxakene e KaMubukwane e Lhamanculo.

Dados avançados por David Simango, presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, indicam que a ideia foi começar por fazer o reassentamento dos agregados familiares que perderam tudo e posteriormente avançar-se para os que viram as suas casas parcialmente destruídas.

Na terceira fase vai-se abranger aqueles, cujas residências ficaram inundadas, revelando que estão construídas em zonas impróprias para a habitação.

Os 12 centros de acomodação que chegaram a funcionar na cidade de Maputo acolheram no período de pico cerca de cinco mil vítimas, representando quase 1200 famílias.

Vítimas das chuvas em Maputo: Famílias reassentadas em terreno conflituoso

Alivio e Desanimo

Se algumas vítimas estavam ontem muito felizes por receber o título de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT´s), outras como Alberto Serafim mostram-se ainda abalados pela tragédia.

Falando ao nosso Jornal, aquele cidadão cuja casa foi seriamente destruída no bairro Ferroviário, disse que o kit de instalação dado pelas autoridades está longe de o proporcionar o conforto que tinha até ao dia em que a sua casa desabou devido ao aluimento de terras provocado pelas chuvas.

“Levei 17 anos a construir a minha casa destruída pela água da chuva e não creio que tenha forças para construir outra igual. A recepção deste terreno não muda nada”, disse.

Por sua vez, Antónia Muchanga Manganhe, que residia na Polana-Caniço B, quarteirão 31, disse não ter nada a reclamar. “Estou muito feliz com o DUAT e logo que receber os materiais virei recomeçar a vida aqui no Zimpeto”, disse a cidadã, visivelmente emocionada.

Cada família a ser reassentada recebe além do terreno, uma tenda, 10 sacos de cimento, 12 chapas de zinco, dois colchões e comida para trinta dias.